The Rosicrucian Fellowship,
Cartas aos Estudante
Outubro de 1937
Querido Amigo:
Um estudante escreve as seguintes palavras: “Gostaria muito de saber se compreendo. A Bíblia assusta-me. Não posso resolver este assunto, e de pensar nele estou a ficar quase louco. Pode dizer-me se basta aos olhos de Deus, nunca pensar nas coisas da Bíblia e viver para os outros o mais possível? Muitas vezes pergunto a mim próprio, “Como deve viver uma pessoa?” muitas vezes proponho-me fazer o bem, mas sai mal.”
Evidentemente desgostam a este homem algumas das histórias que lê no Antigo Testamento, as quais, tomadas literalmente são verdadeiramente imorais. A que escreve pode simpatizar com este estudante, porque quando tinha catorze anos a sua mãe insistiu para que lesse a Bíblia. Prometeram-lhe um vestido novo de seda se lesse a Bíblia da primeira à última página. Uma irmã sua também recebeu esta oferta. Lemos até à parte em que Lot vivia numa gruta com as suas filhas, que se encontra no capítulo dezanove do Génesis, e assim pode entender que não lemos muito. E quanto aos vestidos, nunca os recebemos, para mortificação da nossa modéstia e não lemos mais. O Novo Testamento dará ânimo ao neófito, mas a não ser que se compreendam as lições ocultas fundamentais no Antigo Testamento, seria melhor não o ler.
Os quatro Evangelhos instruem muito e é bom lê-los frequentemente. Os escritos de Paulo também dão ao homem as lições que necessita, e pensar nas lutas dos cristãos daqueles dias primitivos muitas vezes nos dá o ânimo para seguir adiante quando o nosso próprio caminho se encontra pedregoso e escabroso. Mas se se viver uma verdadeira vida cristã, não há que preocupar-se. Deus existe não só na Bíblia, mas em cada flor, no mesmo ar que respiramos, e se nos tornarmos canais puros pelos quais possam correr as grandes forças de Deus, se vivemos e servimos desinteressadamente, então somos salvos. Há milhões de almas no mundo que nunca conheceram a Bíblia, mas são filhos do Grande Pai, chispas do Divino, e por isso, estão a caminho da salvação por outra via, porque todos os caminhos que são limpos e puros conduzem a Deus.
Pergunta este homem, “Como deve viver uma pessoa?” A vida para viver é sua; é o seu próprio caminho, só o próprio o pode percorrer. Por isso aconselhamos-lhe que se sente frequentemente no silêncio em comunhão com o Deus interior que o guiará e assim não errará no caminho.
No capítulo sete de Romanos, Paulo admite que o seu ser inferior está sempre a combater com o seu Eu superior. “Sei que o bem não mora em mim (na minha carne). O querer o bem está em mim, mas não sou capaz de fazê-lo. Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero.” Aqui podemos ver que cada alma trava esta batalha, cada um luta para se elevar sobre o ser material. Este esforço é a obra do princípio Divino, que é de Deus. Se não fosse por esta luta o homem seria um autómato e apenas existiria. Quanto mais dura for a luta, mais depressa cresceremos. Quanto mais avançamos no caminho e mais nos elevamos, mais severas são as lições que recebemos.
O caminho da espiritualidade assemelha-se em vários aspectos ao caminho de instrução de um estudante universitário; quanto mais adiantado nos seus estudos, mais difíceis são as lições. Note-se que se avançou desde o jardim de infância até à universidade pelo esforço de aprender as lições. É assim na escola da vida. Nós, cada um, temos que aprender as nossas lições, e dia a dia enfrentamo-las nos nossos problemas materiais. Há sempre uma luta entre o material e o espiritual e as nossas vitórias tornam a vida interessante que vale a pena viver. Mantenhamos pois, um ideal elevado, trabalhando para o alcançar, e teremos ânimo para fazermos cada vez melhor, porque este é o caminho que conduz à grandeza, ao êxito, tanto material como espiritual. “Sempre para diante e para cima.”
Seus, em serviço da humanidade, Outubro de 1937
The Rosicrucian Fellowship,
Mrs. Max Heindel
Cartas de Augusta Foss Heindel aos Estudantes da Fraternidade Rosacruz
CARTAS DE AUGUSTA FOSS HEINDEL AOS ESTUDANTES ROSACRUZES em Espanhol |
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