The Rosicrucian Fellowship | |
Serviço do Solstício de Verao por Max Heindel |
Terceira Estrofe do Hino Rosacruz de Abertura cantada por todos os
presentes.
Cumpramos todos o nosso dever
Do nobre e recto proceder
Sem ódio por
amor agir
E nunca ao nosso dever fugir
Sabendo por amor obrar
E repetindo-o sem cessar
O medo e o pecado assim,
Iremos dominar
enfim.
O leitor descobre o emblema e profere a Saudaçao Rosacruz:
Queridas
Irmas e Irmaos - "Que As Rosas Floresçam Em Vossa Cruz".
Todos
respondem: "E na vossa também".
Estamos agora no Solstício de Verao
estaçao durante a qual a manifestaçao física sobre a Terra atinge o seu
máximo.
Todos os anos uma onda espiritual de vitalidade penetra na Terra por ocasiao
do Solstício de Inverno para impregnar as sementes adormecidas na Terra e para
dar nova vida ao mundo em que vivemos. Este serviço é feito durante os meses de
Dezembro, Janeiro e Fevereiro, enquanto o Sol transita pelos signos zodiacais de
Capricornus, Aquarius e Pisces.
Do ponto de vista cósmico, o Sol nasce quando Virgo, a Virgem Celestial,
desponta no horizonte à meia-noite de 24 de dezembro, trazendo consigo a
Imaculada Criança. Durante os meses que se seguem, o Sol passa pelo violento
signo de Capricornus onde, segundo o mito, todos os poderes das trevas se
concentram numa frenética tentativa de matar o portador da Luz, o que é uma fase
do drama solar, que é representado misticamente na história do rei Herodes e na
fuga do Menino para o Egipto, para escapar à morte.
Quando o Sol entra no
signo de Aquarius, o aguador, em Fevereiro, temos o tempo das chuvas e das
tempestades; e assim como o Baptismo consagra misticamente o Salvador à sua obra
de Serviço, assim também as correntes de humidade que descem sobre a Terra
amaciam-na, para que possa produzir os frutos que preservarao as vidas dos que
vivem sobre ela.
Vem depois a passagem do Sol pelo signo de Pisces, os peixes. Nessa ocasiao,
as reservas do ano precedente estao quase consumidas e o alimento do homem é
escasso. Temos entao o longo jejum da Quaresma que representa misticamente, para
o aspirante, o mesmo ideal mostrado cosmicamente pelo Sol. Há, nessa ocasiao, o
Carnaval, o "carne-vale" dos latinos, que significa o adeus à carne, pois todo
aquele que aspira à vida superior, deve, em alguma ocasiao, dizer adeus à
natureza inferior com todos os seus desejos e preparar- se para a Páscoa que
entao se aproxima.
Em Abril, depois de o Sol cruzar o Equador Celeste e
entrar no signo de Aries, o cordeiro, a Cruz ergue-se como o símbolo místico do
facto que o candidato à vida superior deve aprender a renunciar ao envoltório
mortal e começar a subida ao Gólgota, "o lugar do crânio" e daí atravessar o
limiar do mundo invisível. Finalmente, imitando a ascensao do Sol aos signos do
céu setentrional, para permitir com os seus raios quentes o crescimento das
sementes no solo que foi revitalizando pela onda Crística durante os meses de
Dezembro, Janeiro e Fevereiro, o candidato deve aprender que o seu lugar é com o
Pai e que por fim, deverá subir até esse exaltado lugar.
Assim é que,
presentemente, durante a estaçao que culmina a 21 de junho, o Grande Espírito de
Cristo atingiu o Mundo do Espírito Divino, o trono do Pai. Durante os mêses de
Julho e Agosto, enquanto o Sol está em Cancer e Leo, o Cristo está reconstruindo
Seu Espírito de Vida, veículo que Ele trará ao mundo e com ele rejuvenescerá a
Terra e os reinos de vida que evoluem sobre ela.
Sem esta onda mística anual de energia vital do Cristo Cósmico, a vida física
seria uma impossibilidade. Nao haveria pao nem vinho físicos, nem a essência
espiritual transubstanciada preparada alquimicamente com o sangue do coraçao do
discípulo. A existência física é a escola ou laboratório no qual aprendemos a
transmutar o metal básico das nossas naturezas inferiores no brilho esplendoroso
da Pedra Filosofal, tornando assim possível a nossa libertaçao para esferas mais
elevadas, onde o nosso exaltado Ideal, o Cristo, está
presentemente.
Existem agentes por trás de todas as manifestaçoes da
Natureza - inteligências de diferentes graus de consciência, construtores e
destruidores, que desempenham importantes papéis na economia da Natureza. O
Solstício deVerao é o tempo de atividade dos duendes da terra e das entidades
similares, no que se refere ao desenvolvimento material no nosso planeta, como
muito bem o mostrou Shakespeare no seu imortal "Sonho de uma noite de
Verao".
Pela acçao semi-inteligente dos silfos, sao elevadas da
superfície do mar, as partículas extremamente divididas de água evaporada,
preparadas pelas ondinas. Os silfos transportam-nas tao alto quanto podem antes
que sobrevenha a condensaçao parcial e sejam formadas as nuvens. Eles conservam
consigo essas partículas de água até serem forçados pelas ondinas a
soltá-las.
Quando falamos que está havendo um temporal, estao sendo
travadas batalhas na superfície do mar e no ar, algumas vezes com a ajuda das
salamandras que acendem as centelhas que unirao o hidrogénio e o oxigénio
separados, e enviam suas setas inspiradoras de medo, em ziguezague, pelos céus
escuros acompanhadas dos enormes estrondos de trovao que reboam na atmosfera,
enquanto que as ondinas triunfalmente, arremessam as gotas de água recuperadas à
terra, para serem novamente devolvidas ao seu elemento materno.
Os
pequenos gnomos ocupam-se com as plantas e com as flores. É seu serviço
tingi-las com as inúmeras matizes de cores que deleitam nossos olhos. Eles
também talham os cristais em todos os minerais e modelam as preciosas gemas que
brilham nos diademas de ouro. Sem eles nao haveria ferro para nossas máquinas,
nem ouro para comprá-las; estao presentes em toda parte e a proverbial abelha
nao é mais operosa do que eles; à abelha, no entanto, é dado crédito pelo
trabalho que faz, enquanto que os pequenos Espíritos da Natureza que representam
tao importante papel no serviço do mundo, sao desconhecidos, menos para uns
poucos que sao chamados de loucos ou sonhadores.
No Solstício de Verao as
atividades físicas da Natureza estao no seu máximo, e por isso a "Noite de Sao
Joao" é o grande festival das fadas que trabalham na construçao do universo
material, que alimentam o gado, que amadurecem o grao e que saúdam com alegria e
agradecem a crista da onda de força, que é a ferramenta que usam para modelar as
flores, entao estonteante variedade de delicadas formas conforme seus arquétipos
e para tingi-las de inúmeras matizes que fazem a delícia e o desespero dos
artistas!
Nessa grandiosa noite, todos esses pequenos servidores
reúnem-se para o Festival das Fadas, vindos dos pântanos e das florestas, dos
vales e das clareiras. Realmente eles cozinham e fazem os seus alimentos
etéricos e posteriormente dançam em êxtases de alegria - a alegria de terem
cumprido suas importantes tarefas na economia da Natureza.
É um axioma
científico que a natureza nao tolera nada que nao tenha seu uso; os parasitas e
os zânganos sao uma abominaçao; o órgao que se tornou inútil, atrofia-se: assim
acontece com a perna ou com o olho que nao sao mais usados. A Natureza tem
serviço a fazer e exige o trabalho de todos para que justifiquem sua existência
e para que continuem fazendo parte dela. Isto aplica-se tanto à planta e ao
planeta como ao homem, aos animais e também às fadas. Todos têm seu serviço a
cumprir; todos sao trabalhadores e suas actividades sao a soluçao para muitos
dos múltiplos mistérios da Natureza.
Devemos tentar compreender
perfeitamente estes ensinamentos a fim de que possamos aprender a apreciar esta
estaçao do ano com exatidao.
Que calamidade cósmica seria se nosso Pai
Celestial deixasse de prover os meios para o nosso sustento e existência física,
todos os anos! O Cristo do ano passado nao nos poderá salvar da fome física
assim como a chuva que caiu no último ano nao poderá molhar o solo para inchar
as milhoes de sementes que agora repousam na terra à espera das atividades
germinais da Vida do Pai, para começarem a crescer; o Cristo do ano passado nao
poderá novamente acender em nossos coraçoes as aspiraçoes espirituais que nos
incitam a avançar no caminho como também o calor do último Verao nao nos poderá
aquecer agora. O Cristo do ano passado deu-nos o Seu Amor e a Sua Vida até ao
último alento, sem medida nem limite; quando Ele nasceu na Terra, no último
Natal, Ele dotou de vida as sementes adormecidas que cresceram e gratuitamente
encheram os nossos celeiros com o pao da vida física; Ele prodigalizou sobre nós
o amor que o Pai Lhe deu e quando esgotou totalmente Sua Vida, Ele morreu na
Páscoa para novamente subir ao Pai, como um rio, por evaporaçao, sobe ao céu.
Mas o Amor Divino circula interminavelmente; assim o nosso Pai Celeste ama-nos
como um pai ama seus filhos, pois Ele conhece a nossa dependência e a nossa
fraqueza física e espiritual.
Devemos portanto, aproveitar vantajosamente
as oportunidades que nos sao oferecidas nesta estaçao que hoje se inicia para
que a próxima vinda do Espírito de Cristo nos encontre melhor adaptados para
responder com maior facilidade às poderosas vibraçoes espirituais com as quais
seremos entao banhados.
Tanto no Hemisfério
Norte como no Hemisfério Sul, ainda que as estações sejam opostas, os influxos quer físicos quer
espirituais, decorrentes da distâncial focal da Terra ao Sol, são idênticos.
Concentremo-nos agora sobre Amor Divino e
Serviço.
CONCENTRAÇAO (10 minutos)
MÚSICA
Rosacruz de Encerramento.
O leitor cobre o emblema e profere a
seguinte exortação de despedida:
"E agora, queridas Irmãs e Irmãos, que vamos partir de volta ao mundo
material, levemos a firme resolução de expressar, em nossas vidas diárias, os
elevados ideais de espiritualidades que aqui recebemos, para que, dia a dia, nos
tornemos melhores homens e mulheres, e mais dignos de sermos utilizados como
colaboradores conscientes, na obra benfeitora dos Irmãos Maiores, em Serviço da
Humanidade".
Solstícios e Equinócios por António de Macedo
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