O Pensamento Formal 

Houve uma época, na antiga Lemúria, em que a palavra era sagrada para o homem, que era capaz de entendê-la em sua essência, pois a vibração emitida chegava diretamente a seu espírito. Com a caída do homem, perdeu este sua capacidade não só de entender como também de emitir a palavra criadora. Recuperará este poder, porém, em condições diferentes, pois não só será capaz de pronunciar a palavra criadora, como, também, de fazê-lo conscientemente, como um Poder Interno próprio desenvolvido na escola da evolução. 

Hoje em dia, em que o homem trilha seu caminho evolutivo pela conquista material, a palavra é apenas descritiva. É vibração, pois, desta maneira, é ouvida pela sensibilização dos órgãos auditivos, porém, sua frequência vibratória é de natureza física e, portanto, despida do conteúdo espiritual que o homem não pode atualmente perceber conscientemente. 

O cérebro e a laringe, metade da força criadora do homem, são os órgãos envolvidos no pronunciamento da palavra: o cérebro, na expressão do pensamento formal, e a laringe, na expressão da palavra propriamente dita. 

Anterior ao pensamento formal, conforme sabemos pela Filosofia Rosacruz, é o pensamento criador, a idéia, originária dos reinos superiores pela atividade do Ego. Nesta descida até o mundo físico, veste-se a idéia de suas roupagens formais que permitem, neste atual palco da consciência humana, a comunicação entre os homens. 

Embora tendo como objetivo as coisas físicas, por força do enfoque da consciência atual, o pensamento formal é atividade própria, desenvolvida no Mundo do Pensamento. Por ser ainda como uma nuvem, a Mente, por si só, não individualizada, não se expressa a não ser pelo que desperta nos veículos inferiores, especialmente no cérebro físico. Mesmo assim, hoje em dia, já é possível reconhecer o poder e o potencial imensos da mente pelos magníficos exemplos de abstração, que as atividades do mundo atual vão cada vez mais revelando. 

A matemática e a lógica são exemplos inequívocos de abstração e, muito embora a manifestação desta atividade se faça pelo emprego da linguagem comum, isto ocorre, analogamente ao que já dissemos, para o pensamento concreto, por força das circunstâncias, tendo em vista o enfoque de consciência humana atual. Não obstante, os elementos manipulados pelas ciências matemáticas, se bem que inegavelmente imbricados de um conteúdo material inseparável, não têm por isso nenhum valor, a não ser pelo que possam oferecer de variável em sua estruturação, em seu arranjo, em sua ordem. Os mesmos elementos, se estruturados diferentemente, podem oferecer diferentes entes matemáticos ou formas lógicas. 

Se tomarmos como exemplo a lógica, vemos que ela se preocupa em conhecer o modo pelo qual os elementos considerados se interrelacionam entre si, ou seja, quais as “relações” que entre eles vigoram. Em lógica, é pois fundamental e primitivo o conceito de “relação” e, embora os elementos considerados possam ser sensorialmente reconhecidos pelo homem, as suas relações não o são. 

Daí, portanto, a necessidade de toda uma linguagem abstrata e simbólica para a expressão da lógica. Vemos, nesse exemplo, a própria atividade do Ego gerando a idéia abstrata, envolvendo-a em matéria mental concreta e formando a relação. A participação dos elementos do mundo físico nesse processo não é significativa em relação a seus atributos físicos. Também desse exemplo é possível inferir, ou melhor, vislumbrar por analogia, a própria manifestação divina usando a Substância Raiz Cósmica para Sua expressão. 

E é quando nossa alma se dobra de joelhos perante o Pai, em adoração, para sentir o imenso e infinito Amor que nos envolve e nos sustenta desde que NELE fomos diferenciados.