Resposta da Pergunta Nº 60 :

Não existe tal coisa chamada acidente, ou pelo menos um acidente que termine em fatalidade. A vida de qualquer pessoa, quanto a sua duração, é geralmente determinada antes do nascimento. Mas há certas ocasiões na vida em que deparamos com algumas encruzilhadas no caminho, onde certas oportunidades de crescimento são colocadas diante da pessoa que poderá aceitá-las ou deixá-las escapar. Quando falha em aproveitar essas oportunidades, a vida precipita-se num beco sem saída, terminando logo em seguida. No entanto, esse não é geralmente o caso que ocorre num acidente. Pode haver certas razões pelas quais é preferível que o homem seja arremessado para fora do seu corpo de maneira violenta. Ele fica na mesma situação que todos os outros quando morrem; inicia imediatamente sua existência no Purgatório. No caso da vítima de um assassinato, como no caso do suicida, é diferente. O homem, devido à sua natureza divina, é o único ser que possui a prerrogativa de desordenar o esquema do seu desenvolvimento. Da mesma forma que pode pôr fim à sua vida usando a própria vontade, também pode pôr um fim à vida do seu próximo antes que o tempo dele tenha chegado. O sofrimento do suicida seria também o sofrimento da vítima do assassinato, pois o arquétipo do seu corpo estaria juntando material que vai ser impossível assimilar. Mas, no seu caso, a intervenção de outras entidades impede esse sofrimento e ele será encontrado vagueando aqui e ali no seu corpo de desejos, num estado letárgico, pelo período de tempo que teria normalmente vivido. Se o assassino for levado à justiça e condenado à pena capital, a tração magnética irá levá-lo para junto de sua vítima, que permanecerá constantemente diante de sua visão, e isso é realmente um castigo bem mais severo do que qualquer outro que poderíamos dar-lhe. Porém, a vítima não sabe nada da presença do assassino.

 


V O L T A R