Resposta da Pergunta Nº 53 : Durante a vida, no estado de vigília da consciência, os veículos do Ego permanecem juntos, concentricamente. Mas na morte, o Ego, provido da mente e do corpo de desejos, retira-se do corpo denso. Visto que as funções vitais terminam, o corpo vital também é retirado do corpo denso, e este fica inanimado sobre a cama. Um pequeno átomo é retirado do coração e o resto do corpo desintegra-se no devido tempo. Mas, nesse período, há um processo extremamente importante ocorrendo, e aqueles que cuidam da pessoa agonizante deveriam tomar todo o cuidado para que o máximo silêncio reinasse ao seu redor e em toda a casa. As imagens da vida passada, que foram gravadas no corpo vital, estão sendo desenroladas neste momento diante da visão do espírito, numa progressão lenta e sistemática, em ordem inversa, partindo da morte e retrocedendo até o nascimento. Este panorama da vida passada dura de algumas horas até três dias e meio. O tempo depende da força do corpo vital, que determina o quanto um homem pode manter-se desperto sob máxima tensão. Algumas pessoas podem trabalhar cinqüenta, sessenta e setenta horas antes de caírem exaustas, enquanto outras só conseguem manter-se despertas algumas horas. A razão pela qual é importante que haja calma e silêncio na casa durante os três dias e meio subseqüentes à morte é a seguinte: durante esse tempo, o panorama da vida passada está sendo gravado no corpo de desejos, que será ó veículo do homem enquanto permanecer no Purgatório e no Primeiro Céu, onde colherá o bem ou o mal que semeou, de acordo com os atos praticados no corpo. Se a vida foi repleta de acontecimentos e o corpo vital da pessoa for vigoroso, ser-lhe-á dado para esta gravação um prazo maior do que o seria se o corpo vital fosse débil. Mas, durante todo esse tempo o corpo denso está ligado aos veículos superiores pelo cordão prateado e qualquer mal causado a esse veículo será, até certo ponto, percebido pelo espírito. Portanto, o embalsamamento, a autópsia e a cremação são todos processos sentidos. Por essa razão, deveriam ser evitados durante os primeiros três dias e meio após a morte, pois quando o panorama estiver gravado integralmente no corpo de desejos, o cordão prateado rompe-se, o corpo vital gravita de volta ao corpo denso e não há mais conexão com o espírito, que está livre para ingressar na vida superior. Quando o corpo é sepultado, o corpo vital desintegra-se lentamente ao mesmo tempo que o veículo denso, de forma que, por exemplo, quando um braço decompõe-se no túmulo, o braço etérico do corpo vital, que paira sobre o túmulo, também desaparece, e assim sucessivamente até que o último vestígio desapareça. Mas, quando a cremação é realizada, o corpo vital desintegra-se imediatamente, e como este é o depósito das imagens da vida passada, gravadas no corpo de desejos para formar a base da vida no Purgatório e no Primeiro Céu, seria uma grande calamidade que fosse realizada antes que decorressem os três dias e meio. A menos que lhe fosse conferido algum auxílio, o espírito não poderia manter o corpo unido. Essa é uma parte do trabalho realizado pelos Auxiliares Invisíveis da humanidade. Muitas vezes, são assistidos pelos Espíritos da Natureza e outros destacados pelas Hierarquias Criadoras ou Guias da humanidade. Há também uma perda quando alguém é cremado antes de romper-se o cordão prateado. A impressão sobre o corpo de desejos nunca é tão profunda como deveria ser, e isto traz conseqüências para as futuras vidas. Quanto mais profunda for a impressão da vida passada sobre o corpo de desejos, mais intensos serão os sofrimentos no Purgatório pelo mal cometido, e o prazer no Primeiro Céu pelas boas ações. Esses sofrimentos e prazeres das nossas vidas anteriores formam o que chamamos consciência. Ao perdermos a oportunidade desse sofrimento, também perdemos as lições decorrentes do reconhecimento do erro, o que evitaria, em futuras vidas, que cometêssemos as mesmas faltas. Por conseguinte, os efeitos da cremação prematura são prejudiciais ao espírito. E triste admitir que, embora tenhamos uma ciência especializada em nascimentos, com obstetras, enfermeiras treinadas, medicamentos e tudo que é necessário para o conforto e bemestar de um recém-nascido, infelizmente, carecemos de uma ciência sobre a morte que nos permita cuidar dos amigos que partem desta vida.
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