Resposta da Pergunta Nº 41 :

O que entendemos por natureza? Bacon diz que natureza e Deus diferem apenas como a estampa e o sinete. A natureza é o símbolo visível de Deus, e estamos, hoje em dia, muito inclinados a pensar na natureza num sentido materialista. Atrás de cada manifestação da natureza há forças, não forças cegas, mas inteligências. Talvez uma ilustração capacite-nos a entender nossa relação com elas.

Suponhamos que temos materiais e ferramentas; estamos empenhados em fazer uma mesa, e um cachorro está sentado olhando para nós. O cachorro, um ser de um reino inferior, verá que estamos gradualmente aplainando a madeira, colocando a parte de cima sobre os pés da mesa: verá a mesa começar a existir, por etapas. Poderá observar tudo isto, embora não saiba a sua serventia, nem o que passa nas nossas mentes enquanto a estamos entalhando. Simplesmente observa uma manifestação, vê-nos trabalhando e contempla os resultados. Para melhor exemplificar a ilustração, invertamos os fatos. Se o cachorro pudesse ver os materiais que vão sendo gradualmente empregados para formar a mesa, mas não nos pudesse ver trabalhando e montando as várias peças dela, teria a mesma relação conosco da que temos em relação às forças da natureza. O que nós qualificamos de eletricidade, magnetismo, expansão no vapor, etc., são inteligências que trabalham de forma invisível para nós, mas que produzem esses fatos em determinadas circunstâncias. Os espíritos da natureza criam as plantas, formam os cristais da rocha, e com numerosas outras hierarquias estão trabalhando à nossa volta, invisíveis, contudo ocupados em criar o que chamamos de natureza.

São todos seres em evolução, como nós mesmos, e o próprio fato de estarem evoluindo mostra que são imperfeitos, portanto, propensos a cometer erros que resultam, naturalmente, em deformações. Podemos dizer em resposta à pergunta, que as inteligências invisíveis, que criam o que chamamos de natureza, são culpadas, tanto como nós, de numerosos erros.

Quanto à segunda parte da pergunta, se pode haver uma inteligência perfeitamente associada a uma grande força de vontade num corpo doentio ou deformado, podemos dizer "sim, sem dúvida". No entanto, como a expressão dessa inteligência depende da eficiência do seu instrumento, pode ser estorvado pela deformação física. Isto se baseia no mesmo princípio de que não importa quão hábil seja o trabalhador, a sua eficiência depende, em grande parte, do estado de suas ferramentas.


 
 
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