Resposta da Pergunta Nº 30 : Explicamos dizendo que isso não é a realidade. Infelizmente, as pessoas parecem atribuir suas características negativas à hereditariedade, culpando seus pais pelas suas falhas, não obstante creditando a si mesmas o mérito das boas qualidades que acaso possuam. O próprio fato de diferenciarmos o que herdamos daquilo que nos é próprio, mostra que a natureza humana tem dois lados: o da forma e o da vida. O homem, o pensador, vem para aqui equipado com uma natureza mental e outra moral, que são exclusivamente suas, tomando de seus pais apenas o material para o corpo físico. Somos atraídos para certas pessoas pela Lei de Conseqüência e pela Lei de Associação. A lei que induz o músico a procurar a companhia de outro músico nas salas de concerto; os jogadores a se reunirem nos cassinos e nos hipódromos; os intelectuais a se juntarem nas bibliotecas, etc., é também a lei que leva as pessoas de análogas tendências, características e gostos a nascerem na mesma família. Quando ouvimos uma pessoa dizer: "Sim, sei que gasto muito, mas minha família nunca foi acostumada ao trabalho, sempre tivemos empregados", isto demonstra que basta a semelhança de gostos para justificar o caso. Quando outra diz: "Oh! sim, sei que sou extravagante, mas não posso evitá-lo, é mal de família", vemos mais uma vez a Lei de Associação manifestando-se. Por conseguinte, quanto mais cedo reconhecermos que, ao invés de usar a Lei de Hereditariedade como desculpa para nossos maus hábitos, procurássemos dominá-los e cultivássemos as virtudes, seria muito melhor para nós. Não consideraríamos válida a desculpa de um ébrio que dissesse: "Não, não posso deixar de beber. Afinal, todos os meus companheiros bebem!" Recomendar-lhe-íamos simplesmente que se afastasse deles o mais depressa possível e procurasse auto-afirmar-se em sua individualidade. Aconselharíamos também, a parar de escudar-se atrás de seus ancestrais como desculpa para seus maus hábitos. |