Resposta da Pergunta Nº 23 : A finalidade do casamento é a perpetuação da raça e, de acordo com a natureza física dos pais e o meio ambiente em que vivem, assim será a criança. Descobrimos, por exemplo, que os imigrantes que vieram para a nossa terra são diferentes das crianças que eles próprios geraram aqui, e que as crianças geradas na América são diferentes das crianças geradas na Europa. Por exemplo, os sicilianos de cabeça comprida geram filhos que têm uma cabeça mais redonda, e os judeus de cabeça redonda geram filhos que têm uma cabeça mais ovalada, o que mostra que todas as raças têm uma tendência de amalgamar-se e fazer nascer urna nova raça Americana. Estas mudanças não são, de modo algum, frutos do acaso. Os grandes líderes da humanidade sempre concentram seus esforços em criar certas condições que permitam o aparecimento de determinados tipos. Somente desta forma, as faculdades necessárias ao progresso do espírito poderiam ser desenvolvidas, e houve uma época em que foi necessário que a evolução do Ego se fizesse através do casamento na família. Naquele tempo, a humanidade não era tão evoluída nem individualizada como o é atualmente. Era regida por um espírito familiar que penetrava no sangue através do ar que inspirava, para assim ajudar o Ego a controlar o seu instrumento. Então, o homem adquiriu o que chamamos de segunda visão, a qual é ainda encontrada entre as pessoas que conservaram por muito tempo o costume de casar dentro da família, como, por exemplo, os montanheses da Escócia e os ciganos. Mas, tornou-se necessário que os homens esquecessem o Mundo Espiritual por um certo período e não se lembrassem de outra vida a não ser da presente. Para que esta mudança se efetuasse conscientemente, os grandes líderes tomaram certas providências. Uma delas foi a proibição dos casamentos na família. Quando lemos no quinto capítulo do Gênesis que Adão viveu 900 anos e que todos os patriarcas viveram séculos, isto não significa realmente que as pessoas citadas tenham vivido durante aquele período de tempo. O sangue que corria em suas veias era transmitido diretamente aos seus descendentes. Esse sangue continha as imagens da família, como hoje contém as impressões das nossas vidas individuais, pois nele gravam-se nossas experiências. Conseqüentemente, os descendentes das famílias patriarcais viam-se, na verdade, como Adão, Matusalém, etc. É natural que, com o passar dos séculos, essas imagens fossem gradualmente diminuindo, e quando a memória de Adão desapareceu do sangue de seus descendentes diretos, foi dito que ele cessou de viver. À medida que o homem se tornou mais individualizado, teve de aprender a manter-se independente, sem a ajuda do espírito de família. Por isso, os matrimônios internacionais foram permitidos ou até mesmo ordenados, e o casamento dentro da família não mais autorizado. Isso pôs fim à clarividência. A ciência demonstrou que quando o sangue de um animal é inoculado nas veias de outro animal, a hemólise, ou a destruição do sangue, ocorre, de forma que o animal de espécie inferior morre. Mas a inoculação de sangue estranho seja de que modo for, sempre mata algo, se não a forma, pelo menos uma faculdade. O sangue estranho, introduzido pelo casamento, pôs fim à clarividência possuída pelo homem primitivo. A afirmação sobre a propriedade destrutiva do sangue estranho pode ser notada no caso dos híbridos. Quando, por exemplo, um cavalo e um burro acasalam, a progênie é uma mula. Essa mula não tem a faculdade reprodutiva porque não está nem sob a domínio do espírito-grupo dos cavalos nem do espírito-grupo dos burros. E, se fosse reproduzir, o resultado seria uma espécie que não estaria sob o domínio de nenhum espírito-grupo. A mula não é tão evoluída que possa guiar o seu instrumento sem o auxílio de um espírito-grupo, assim é-lhe negada a faculdade reprodutiva e o espírito-grupo detém o átomo-semente da fecundação. No entanto, com a humanidade foi diferente. Quando os homens atingiram o estágio em que os casamentos internacionais foram ordenados, haviam chegado ao ponto da evolução da auto-consciência, em que eram capazes de guiar-se deixando de ser autômatos conduzidos por Deus, para se tornarem indivíduos, senhores de si. Quanto maior for a mescla de sangue, menor será a influência que o espírito encarnado receberá de qualquer raça ou espíritos de família, os quais influenciaram os nossos ancestrais. Portanto, maior liberdade de ação é proporcionada aos Egos que renascem quando casamos com estranhos, do que quando o fazemos com um parente. |