Resposta da Pergunta Nº
16:
Não, não é verdade. Pelo contrário, precisamos
recorrer ao que é geralmente chamado de ocultismo para encontrarmos essa
idéia expressa por Cristo no Sermão da Montanha, onde Ele nos diz: "O
homem que olhou para uma mulher e a desejou já cometeu adultério". Somente
quando nos conscientizarmos de que o homem é o resultado do que pensa
em seu coração, é que teremos uma concepção de vida muito mais clara do
que se levarmos em consideração apenas os atos dos homens, pois cada ato
é o resultado de um pensamento prévio. Mas, estes pensamentos nem sempre
são só os nossos.
Quando tocamos um diapasão, se houver outro do mesmo tom por perto, não
somente aquele irá soar, mas o outro também começará a fazê-lo, por afinidade.
Da mesma forma, quando emitimos um pensamento e outra pessoa ao nosso
redor tem um semelhante, estes fundem-se e fortalecem-se para o bem ou
para o mal, de acordo com a natureza do pensamento. Não é mera fantasia
quando na peça intitulada "A Hora Enfeitiçada", o protagonista procura
ajudar um criminoso a escapar do Estado de Kentucky, onde o último está
sendo procurado pelo assassinato do Governador. O protagonista, um homem
cujo poder de pensamento é considerável, acredita ter, provavelmente,
incitado o criminoso. Ele revela à sua irmã que antes da hora do crime
pensou que o assassino cometeria esse delito exatamente da maneira como
foi consumado. Ele tem a impressão que o seu pensamento pode ter sido
captado pelo cérebro do assassino e pode ter-lhe mostrado a forma de agir.
Quando participamos de uma banca de jurados e vemos o criminoso à nossa
frente, observamos apenas o seu ato; não temos conhecimento do pensamento
que o impulsionou. Se temos o hábito de gerar pensamentos maldosos sobre
as pessoas em geral, eles poderão ser atraídos por um criminoso. Baseados
no princípio de que quando temos à nossa frente uma solução saturada de
sal, basta adicionar um único cristal para que esta solução salina se
solidifique, assim, se um homem tiver saturado a sua mente com pensamentos
homicidas, o pensamento emitido por nós pode ser a última gota que fará
o cálice transbordar, destruindo assim a última barreira que o impediria
de cometer o ato.
Os nossos pensamentos são muito mais importantes do que os nossos atos,
e se pensarmos sempre de forma correta, agiremos sempre corretamente.
Nenhum homem pode pensar em amar os seus semelhantes, planejar como ajudá-los
e socorrê-los espiritual, mental ou. fisicamente, sem também concretizar
estes pensamentos em algum momento da sua vida. Se nós cultivarmos sempre
tais pensamentos, logo veremos o brilho do sol irradiando-se à nossa volta.
Veremos que as pessoas virão ao nosso encontro com o mesmo espírito que
manifestamos e, se pudermos compreender que o corpo de desejos (que circunda
cada um de nós e se estende cerca de dezesseis a dezoito polegadas além
da periferia do corpo físico) contém todas estas sensações e emoções,
observaremos as pessoas diferentemente, pois entenderemos que tudo é visto
através da atmosfera que criamos ao nosso redor e que cobre tudo o que
visualizamos nos outros.
No entanto, se virmos maldade e mesquinhez nas pessoas que encontramos,
será bom olhar para dentro de nós para verificarmos se não é a atmosfera,
através da qual olhamos, que nos faz ver dessa forma. Verifiquemos se
não temos esses atributos indesejáveis dentro de nós, e depois procuremos
expulsar esses nossos defeitos internos. O homem que é mau e mesquinho
irradia esses característicos, e quem quer que ele encontre, parecer-lhe-á
também maldoso, pois evocará nos outros exatamente as peculiaridades manifestadas
em si, isso baseado no princípio de que a vibração de um diapasão tocado
em certo tom fará vibrar outro de tom idêntico. Por outro lado, se cultivarmos
uma atitude serena, livre de cobiça e que seja francamente honesta e prestativa,
faremos com que as outras pessoas exteriorizem o melhor que há dentro
delas. Portanto, conscientizemo-nos que só quando tivermos cultivado as
melhores qualidades dentro de nós, é que poderemos esperar encontrá-las
nos outros. Somos responsáveis pelos nossos pensamentos e somos, de fato,
os protetores de nossos irmãos, pois de acordo com o que pensamos quando
os encontramos, assim parecemos a eles e, em conseqüência, eles refletem
a nossa atitude. Aplicando o princípio precedente, se quisermos conseguir
ajuda para cultivar essas qualidades superiores, procuremos a companhia
de pessoas que são realmente boas, pois seu estado mental será de grande
auxílio ao suscitar-nos qualidades mais puras.
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