Resposta da Pergunta Nº 1:

No início da manifestação, Deus diferenciou dentro de Si mesmo uma multidão de inteligências espirituais em potencial, como as chispas são emitidas pelo fogo. Essas inteligências espirituais eram, portanto, chamas ou fogos em potencial, mas não eram fogos ainda, pois embora dotadas com a plena consciência de Deus, faltava-lhes a consciência de si mesmas. Sendo potencialmente onipotentes como Deus, faltava-lhes poder dinâmico disponível para ser usado a qualquer momento, de acordo com a sua vontade e, para que estas qualidades pudessem ser desenvolvidas, era imprescindível que elas passassem pela matéria. Portanto, durante a involução, cada Centelha Divina foi encerrada em vários veículos de densidade suficiente para excluir o mundo exterior de sua consciência. Então, o espírito confinado, não mais capaz de entrar em contato com o exterior, retorna ao encontro de si mesmo. Ao despertar a consciência de si mesmo, começa a luta para libertar-se de sua prisão. E, durante a evolução, os vários veículos possuídos pelo espírito irão espiritualizar-se em alma, de modo que, ao término da manifestação, o espírito não só terá adquirido consciência de si mesmo, mas também poder anímico.

Há uma tendência por parte da maioria das pessoas em acreditar que tudo que existe é o resultado de fatos anteriores, não deixando lugar para qualquer construção nova e original. Aqueles que estudam a vida, geralmente falam apenas de involução e evolução. Os que estudam a forma, ou seja, os cientistas modernos, preocupam-se tão somente com a evolução, mas, os mais adiantados estão descobrindo outro fator que chamaram Epigênese. Em 1757, Gaspar Wolf emitiu sua Theorea Generationis, na qual demonstrou que, no desenvolvimento do óvulo, há uma série de novas formações não prenunciadas anteriormente, e Haeckel, endossando esse trabalho, diz que hoje em dia não se justifica mais denominar-se a Epigênese de teoria. É um fato que podemos demonstrar, no caso das formas inferiores onde as mudanças são rápidas, em um microscópio. Desde que o homem foi dotado da mente, a Epigênese, que é o impulso criador original, foi a causa de todo o nosso desenvolvimento. É verdade que construímos sobre o que já foi criado, mas há também algo novo devido à atividade do espírito. E é dessa maneira que nos tornamos criadores, pois se nos limitássemos apenas a imitar aquilo que foi disposto para nós por Deus ou pelo Anjo, nunca poderíamos tornar-nos inteligências criativas: seríamos apenas imitadores. E, embora cometamos erros, reconhecemos que muitas vezes aprendemos mais com os nossos erros do que com os nossos acertos. O pecado e o sofrimento são meramente o resultado dos nossos erros, e sua impressão sobre nossa consciência leva-nos a adotar outras linhas de comportamento que julgamos boas - isto é, que estão em harmonia com a natureza. Portanto, este mundo é uma escola de aprendizagem e não um vale de lágrimas onde fomos colocados por um Deus caprichoso. (Ver Pergunta n.º 9).


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