JOSÉ ROQUE PREARD

Centro Autorizado do Rio de Janeiro

José Roque Preard

Irmão Probacionista

(1915-1995)

Nascido em 16 de agosto de 1915, no município de Itaperuna, no noroeste fluminense, José Roque Preard descendia, por parte de pai, dos imigrantes suíços que na primeira metade do século XIX fundaram na região serrana a cidade de Nova Friburgo, espalhando-se depois por outros municípios do interior do estado.

A família era de pequenos agricultores e José perdeu o pai muito cedo, aos 5 anos de idade, e começou a trabalhar ainda na infância para ajudar a mãe e os irmãos. Em função disto, precisou abandonar a escola ainda no curso primário.

Em 1935, veio para o Rio de Janeiro, então capital federal, onde ingressou no comércio. Casou-se no ano seguinte com Maria de Lourdes, sua namorada há alguns anos, também de Itaperuna.

Os primeiros anos foram de muita dificuldade financeira para o casal, que morou inicialmente no Morro da Conceição, na zona portuária da cidade, e depois em vários bairros da zona norte.

A situação foi melhorando na medida em que J.R. Preard ascendia na Casa Bertéa, pioneira loja de material fotográfico onde ingressou como simples auxiliar e foi galgando postos até chegar a gerente-geral.

No início da década de 40, a busca por um caminho espiritual já fazia parte da trajetória de Preard. O casal morava então no bairro do Riachuelo e freqüentava a Tenda Espírita Mirim, no vizinho Rocha.

O centro abria espaço para outras correntes espiritualistas e foi lá, num certo dia da primeira metade dos anos 40, que Preard e a esposa assistiram a uma palestra que mudaria para sempre sua caminhada espiritual: a de Irene Gómez Ruggiero, recém-chegada do Uruguai para fundar no Rio de Janeiro a Fraternidade Rosacruz Max Heindel.

A partir daí, a vida do casal esteve intimamente ligada aos rumos da Fraternidade Rosacruz, até os geográficos, pela cidade do Rio de Janeiro. Quando a fraternidade se instalou na Rua Costa Bastos, em Santa Teresa, Preard comprou seu primeiro apartamento na Rua André Cavalcanti, no mesmo bairro. Tempos depois acompanhou a mudança da Rosacruz para a subida do Alto da Boa Vista, instalando-se em um apartamento na Usina da Tijuca.

Irene e seu marido, Roberto, foram os padrinhos do primeiro filho do casal, José Maria, nascido em 1946, e o filho de Irene, Raul Credidio Gomez, apadrinhou, com a esposa Regina, o segundo filho, Paulo Virgilio.A filha Rosa Irene, por sua vez, é afilhada do irmão de Regina, Ludwig Carl Pohlmann e de sua esposa, Marilia Gomes de Souza.

No campo profissional, J.R. Preard foi seguindo uma trajetória de muitos êxitos e alguns percalços. Quando a Casa Bertéa decidiu encerrar suas atividades, em 1947, adquiriu o estoque da loja e abriu a sua própria, a Casa São Francisco, na Rua do Teatro, próximo ao Largo de São Francisco, no Centro.

Com necessidade de mais espaço para atender à crescente clientela, ele abriu uma filial na Rua da Carioca. Foi em boa hora; menos de um ano após a inauguração da filial, um lamentável incêndio no prédio da Rua do Teatro destruiu completamente o estoque da matriz.

No final da década de 50, a construção de Brasília entusiasmou Preard, que decidiu, juntamente com os irmãos Percy e Lúcio, se tornar um pioneiro no ramo fotográfico na ainda nascente nova capital do país. Instalaram um foto na chamada Cidade Livre, nome dado ao imenso conjunto de barracões de madeira onde se alojaram os candangos, peões que trabalhavam nas obras de construção da capital.

Quando Brasília foi inaugurada, em 1960, a Casa São Francisco já estava instalada no Plano Piloto. A loja seguiu sua própria trajetória, comandada pelo irmão Lucio até o falecimento deste, em 1982, e depois por seus filhos.

Em meados da década de 60, Preard expandiu suas atividades comerciais para o campo da importação de material fotográfico. Foi muito bem sucedido inicialmente, mas enfrentou mais tarde percalços que levaram a um período de grande desequilíbrio financeiro na década seguinte.

Com incansável espírito de luta, superou as dificuldades que o obrigaram a abandonar o negócio de importação e partiu para um novo empreendimento, uma filial em Campo Grande, na zona oeste do Rio, comandada por seu sobrinho Manoel Odilon da Costa.

Em 1980, José Roque Preard enfrentou a dura perda de sua esposa e companheira Maria de Lourdes. Foram 44 anos de um casamento feliz e de perfeita sintonia espiritual e astrológica entre esses dois nativos do signo de Leão, ela no dia 7 e ele no dia 16 de agosto.

Viúvo, com os filhos criados e bem sucedidos em suas respectivas trajetórias de vida, Preard decidiu ir se afastando aos poucos da atividade de comerciante. Em 1984 vendeu a loja da Rua da Carioca e logo depois se mudou para a casa que tinha construído anos antes em Rio das Ostras e onde viveu sua última década.

Só retornou ao Rio de Janeiro nos últimos meses de vida, em função do agravamento do câncer, em conseqüência do qual veio a falecer em 1º de agosto de 1995, 15 dias antes de completar 80 anos.