ESPIRITUALISMO – CIÊNCIA
Vontade e Espiritualidade
ESPIRITUALISMO – CIÊNCIA
Vontade e
Espiritualidade
Vontade é o ato de
consciência no qual o indivíduo vive os seus objetivos.
Ligados à vontade, estão os
problemas do livre arbítrio e do determinismo, os quais, muito de perto,
relacionam-se com os nossos estudos espirituais. De fato, é pela vontade que
podemos exercer o nosso livre arbítrio, combatendo assim o determinismo, sob
cuja influência a maioria das pessoas vive condicionada.
O ato volitivo é
caracterizado por três fases: inibição total (fase emocional ou afetiva);
inibição motora, mas não psíquica (fase intelectiva ou de deliberação) e
resolução, quando o ato se exterioriza.
A primeira fase é emocional
porque, diante de um estímulo, o primeiro momento é puramente emocional. Surgem,
de imediato, várias tendências afetivas: quem é? o que vai fazer? Na segunda
fase, a situação se define na nossa consciência. As tendências mais forte se
acentuam. A terceira fase pode corresponder a um ato ou pode ser
negativa.
A escolha é feita durante a
inibição motora, também chamada fase de deliberação, dando, como resultado, uma
resolução. Esta, na sua forma anormal, pode assumir os aspectos de exuberância,
agressividade, timidez e medo.
*
Precisamos distinguir o
impulso, da vontade. Quando a fase de deliberação é muito curta, agimos por
impulso. No ato volitivo normal, entram em ação a memória, o raciocínio e a
inteligência que influem na escolha do fenômeno intelectivo, conduzindo à
resolução. O tempo da fase de deliberação diminui com a experiência. Quando esta
fase se alonga indefinidamente, a pessoa fica atraída por resposta que satisfaça
a grupos antagônicos e torna-se hesitante. Há ambivalência na
resposta.
Tomando por base as
considerações feitas, podemos distinguir os três caracteres de reação: fase de
deliberação curta, impulsividade; fase de deliberação demasiadamente alongada,
hesitação; fase de deliberação equilibrada, ato de vontade normal, vontade
refletida.
A vontade pode apresentar
distúrbios que se caracterizam por modificação do tônus volitivo, simples e
global, e por enfraquecimento parcial, súbito e irreprimível, permitindo atos
súbitos ou nocivos.
No primeiro caso, temos a
hiperbulia, aumento anormal da vontade, como se verifica na paranoia; hipobulia,
diminuição da vontade, e abulia, ausência da vontade, que ocorrem nas
psiconeuroses.
No segundo caso, temos os
impulsos (desejos), os atos obsessivos (ideias) e os atos fóbicos (medos). Como
exemplo de impulso, citaremos a cleptomania (tendência para o roubo), a
dipsomania (tendência para a bebida) e a piromania (tendência para o fogo). Os
atos obsessivos podem ser ilustrados com os seguintes exemplos: ideia de
grandeza, de humildade, de perseguição e de transformação corporal. Muitas
personalidades importantes foram caracterizadas por atos fóbicos e, entre elas,
citaremos: Pascal, que temia os espaços abertos (agorafobia), Napoleão, que
temia os gatos (catufobia, galefobia ou felinofobia), Alexandre Magno, que temia
a obscuridade (keraunofobia) e Creso, que temia a morte
(tanatofobia).
*
Nos nossos estudos
espirituais, devemos considerar que todos os obstáculos à realização se
encontram na nossa mente. Precisamos, assim, impor silêncio a tudo quanto nos
impede de pôr em prática as resoluções tomadas. Estas resoluções devem ter a
prática do bem, do amor, da caridade, do altruísmo e da
abnegação.
Devemos desenvolver o
autodomínio pelo controle com que o homem encara as circunstâncias da vida e
tira partido de todas as eventualidades. É necessário dominar os impulsos, as
emoções, os temores e mesmo as alegrias, permitindo a fase de deliberação da
qual resultará o ato perfeito, fruto da vontade e da
determinação.
Nos contatos com os demais,
temos oportunidade de evitar a irritação, ouvindo, calando a nossa opinião
embora a saibamos autorizada, e reservando os nossos conhecimentos para serem
transmitidos em ocasiões que nos pareçam mais oportunas.
*
O exercício da retrospecção
é um grande auxiliar no desenvolvimento e na educação da vontade, analisando e
classificando os acontecimentos da vida diária. É de grande interesse e
utilidade prever os resultados e consequências de tudo que pretendemos
realizar, a fim de que possamos tomar decisão rápida em qualquer emergência que
se nos apresente.
Pode parecer que,
desenvolvendo a vontade, tornemo-nos autômatos, sem espontaneidade nem alegria.
Porém, assim não é. Eliminando as reações instintivas, surgem novos valores,
mais ponderados, que conduzem a maior facilidade e maior
equilíbrio.
E, parece-me que somente
aquele que pode controlar os seus sentimentos conseguirá penetrar na senda árdua
e doce da espiritualidade, atingindo, por fim, o contato com os seres superiores
que regem e inspiram até os menores, e aparentemente insignificantes, atos da
nossa vida.
-
Dra. Ophelia Guimarães.
Fonte: Correio Rosacruz, setembro-outubro de 1960.
Documento Histórico Edição do CORREIO ROSACRUZ divulgando um Ciclo de Conferências Públicas Rosacruzes. Na foto, palestrando, a Dra. Ophélia Guimarães, compondo a mesa com a Sra. Irene Gómez Ruggiero, ao centro, e o Sr. Roberto Ruggiero, a direita. Na coluna da equipe do Correio, a Dra. Ophélia Guimarães compõe com a Sra. Irene Gómez Rugiero, a equipe de redatores principais. |
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