OS ESPÍRITOS E AS FORÇAS DA NATUREZA


Max Heindel

 

 

 

 

SUMÁRIO

PREFÁCIO 2

CAPÍTULO I 3

Os Eteres e as Leis da Natureza 3

CAPÍTULO II 5

Ativida do Mundo Celeste e as Forças da Natureza 5

CAPÍTULO III 8

A Missão de Cristo e o Festival das Fadas 8

CAPÍTULO IV 11

Forças de Períodos Diferentes 11

CAPÍTULO V 14

O Espírito da Terra 14

CAPÍTULO VI 16

Duas Perguntas e Respostas 16

CAPÍTULO VII 19

A Constituição da Terra e as Erupções Vulcânicas 19


PREFÁCIO

Este volume contém escritos místicos de Max Heindel sobre o tema pouco conhecido dos Espíritos da Natureza e Forças da Natureza. É uma correlação de seus muitos livros, reunidos com carinho em um só volume dos seus estudantes.

Max Heindel é conhecido como o mais avançado dos Místicos Ocidentais e, em seus inúmeros livros, tem dado ao mundo um tesouro de informações sobre os Espíritos da Natureza, essa multidão pequenina com quem ele teve experiências tão interessantes. O escritor ouviu muitas histórias (que infelizmente não foram escritas), de suas experiências com esses espíritos, como eles vivem, e sobre sua aparência. Ele, muitas vezes, comentou que qualquer dia escreveria um livro completo sobre os Espíritos da Natureza, mas seu trabalho realmente exaustivo de pioneirismo interpôs-se a esta obra tão necessária. Entretanto, de vez em quando, transmitia alguma informação em seus escritos, que agora foram compilados, e, assim, podemos apresentá-los ao mundo em um volume condensado. Nos 54 anos que lhe foram permitidos viver ocupando seu veículo físico, Max Heindel deu ao mundo uma quantidade de livros muito valiosos. O maravilhoso livro, O Conceito Rosacruz do Cosmos já foi traduzido em diversos idiomas e atingiu a décima quinta edição. Este é apenas um dos numerosos livros que ele deixou para que o mundo pudesse aprender e aproveitar com sua leitura. Seus livros sobre astrologia são considerados os mais compreensivos livros didáticos existentes. Sua maneira simples e clara de transmitir conhecimentos é o seu maior encanto.

Augusta Foss Heindel

15 de Abril de 1937

Tradução da Edição de l937


 

CAPÍTULO I

Os Eteres e as Leis da Natureza

Falar do Éter como uma avenida de forças, não tem significado para a mente comum, porque a força é invisível. Mas, para um investigador do ocultismo, as forças não são meros nomes como vapor, eletricidade, etc.. Ele considera-os inteligentes em vários graus, tanto sub como super humanos. O que nós chamamos "Leis da Natureza" são inteligências superiores que dirigem seres mais elementares, de acordo com certas regras planejadas para promover a sua evolução.

Na Idade Média, quando muitas pessoas ainda eram dotadas de uns restos de clarividência negativa, elas falavam de duendes, gnomos ou fadas, que vagavam pelas montanhas e florestas. Estes eram os Espíritos da Água que habitavam rios e regatos e falavam também dos silfos que habitavam nas névoas sobre fossos e charnecas como Espíritos do Ar, mas pouco foi dito sobre as salamandras, pois eram Espíritos do Fogo, portanto não tão facilmente detectadas nem tão prontamente acessíveis à maioria das pessoas.

As velhas histórias folclóricas são agora consideradas como superstições, mas, na verdade, alguém dotado de visão etérica pode ainda perceber os pequenos gnomos colocando a clorofila verde nas folhas das plantas e dando às flores a grande variedade de cores delicadas que encantam nossos olhos.

Muitas e muitas vezes os cientistas tentaram dar uma explicação adequada sobre os fenômenos do vento e da tempestade, mas falharam, evidentemente, como também não têm sucesso quando procuram uma solução mecânica para o que é, na realidade, uma manifestação de vida. Se eles pudessem ver a multidão de sílfides esvoaçando para lá e para cá, saberiam, quem, e o que é responsável pela inconstância do vento; se pudessem apreciar uma tempestade no mar, do ponto de vista etérico, poderiam entender que o ditado "a guerra dos elementos" não é uma frase oca, pois o mar encapelado é, realmente, o campo de batalha das sílfides e das ondinas, e o uivo da tempestade é o grito de guerra dos espíritos no ar.

As salamandras são encontradas por toda a parte e nenhum fogo é ateado sem a sua cooperação, mas elas são muito mais ativas no subsolo. São responsáveis pelas explosões e erupções vulcânicas.

As classes de seres que mencionamos são ainda sub-humanas, mas todas, em alguma época, irão atingir um estágio de evolução correspondente ao humano, todavia sob circunstâncias diferentes das em que nós evoluímos. Porém, atualmente, as inteligências maravilhosas de que estamos falando como Leis da Natureza, conduzem os verdadeiros exércitos de entidades menos evoluídas que mencionamos.

Para entendermos melhor o que estes vários seres são e sua relação conosco, podemos dar o seguinte exemplo. Suponhamos que um mecânico está preparando um motor e que um cachorro o esteja observando. Ele vê o homem no se trabalho, como ele usa as diversas ferramentas para moldar seu material, como, também, do ferro bruto, do aço, do bronze e de outros metais, o motor lentamente vai tomando forma. O cão é um ser de uma evolução inferior e não entende o objetivo do mecânico, mas ele vê o trabalhador, seu esforço e o resultado daquilo que se apresenta como um motor.

Suponhamos, além disso, que o cachorro fosse capaz de ver apenas os materiais que lentamente mudam suas formas, que se unem e se transformam em um motor, mas que não pudesse ver o trabalhador e ver o trabalho que ele faz. O cão estaria, então, na mesma relação ao mecânico como nós estamos em relação às grandes inteligências que chamamos Leis da Natureza e aos seus assistentes, os Espíritos da Natureza, pois nós contemplamos as manifestações de seu trabalho como força movimentando a matéria de diversos modos, mas sempre sob condições imutáveis.

No Éter podemos também observar os Anjos, cujo corpo mais denso é feito desse material, como nosso corpo denso é constituído de gases, líquidos e sólidos. Esses seres estão um grau além do estágio da humanidade, como nós estamos um grau na frente da evolução animal. Contudo, nós nunca fomos animais como a nossa fauna atual, mas em um estágio anterior no desenvolvimento de nosso planeta, tínhamos uma constituição como a dos animais. Assim, os Anjos foram humanos, embora nunca tivessem tido um corpo denso como o nosso, e nunca funcionaram em nenhum material mais denso do que o Éter. Em alguma época, em uma condição futura, a Terra tornar-se-á novamente etérica. O homem será semelhante aos Anjos. Portanto, a Bíblia nos diz que o homem foi feito um pouco inferior aos Anjos (Hebreus, 2:7).

Como o Éter é a avenida das forças vitais, criadoras, e como os Anjos são tão hábeis construtores de Éter, podemos facilmente compreender que eles estão altamente preparados para serem os guardiões das forças propagadoras das plantas, dos animais e do homem. Em toda a Bíblia podemos encontrá-los nessa missão: Dois Anjos vieram até Abraão e anunciaram-lhe o nascimento de Isaac. Eles prometeram um filho ao homem que obedecera a Deus. Mais tarde, estes mesmos Anjos destruíram Sodoma por abuso da força criadora. Anjos profetizaram aos pais de Samuel e Sansão, o nascimento destes gigantes de cérebro e músculos. O Anjo Gabriel (não o Arcanjo), anunciou a Isabel o nascimento de João; mais tarde ele apareceu também a Maria com a mensagem que ela havia sido escolhida para dar à luz a Jesus.


 

CAPÍTULO II

Atividade do Mundo Celeste e as Forças da Natureza

Estamos habituados a falar sobre evolução, mas alguma vez analisamos o que é que faz a evolução, por que não fica estagnada? Se o fizemos, devemos compreender que há forças por trás do que é invisível que causam a alteração na flora e na fauna, a mudança do clima e da topografia, que não param; e, então, vem a pergunta natural: o que ou quem são as forças ou agentes em evolução?

Naturalmente estamos bem cônscios que os cientistas dão certas explicações automáticas. Eles merecem muito crédito; realizaram muito, considerando que a ciência ainda está na infância, têm apenas cinco sentidos e instrumentos engenhosos a seu serviço. Suas deduções são maravilhosamente verdadeiras, mas isto não quer dizer que não hajam causas subjacentes que eles ainda não puderam perceber, mas que transmitem maior compreensão do assunto do que pode ser conseguido pela simples explanação automática. Um exemplo pode elucidar este ponto.

Dois homens estão conversando, quando, subitamente, um derruba o outro com um soco. Aqui temos uma ocorrência, um fato, e podemos explicá-lo em uma maneira automática dizendo: "Vi um homem contrair os músculos de seu braço, dar um soco no outro e derrubá-lo". É uma visão verdadeira, sem dúvida, mas o cientista oculto veria também o pensamento de raiva que inspirou o golpe, e daria uma versão mais completa se dissesse que o homem foi derrubado por um pensamento; porque o punho fechado não foi senão um instrumento irresponsável de agressão. Na falta da força propulsora do pensamento de raiva, a mão teria permanecido inerte e o golpe nunca teria sido desfechado.

Assim, a ciência oculta atribui todas as causas à Região do Pensamento Concreto, e diz como elas são geradas lá pelos espíritos humanos e super-humanos.

Lembrando que os arquétipos criadores de todas as coisas que vemos no mundo visível estão no Mundo do Pensamento, que é o reino do tom, estamos preparados para compreender que as forças arquetípicas estão constantemente trabalhando sobre estes arquétipos que, então, emitem um certo tom ou, aonde um número delas reunirem-se para criar uma espécie de formas animal, vegetal ou humana, os diferentes sons se misturam em um grande acorde. Este único tom ou acorde, conforme for o caso, é então a nota-chave da forma assim criada e, enquanto ele soar, a forma ou a espécie resistem; quando ele cessar, a única forma morre ou a espécie extingue-se.

Uma confusão de sons não é música, da mesma forma que palavras agrupadas ao mesmo tempo e a esmo não formam uma frase. Mas o som ordenado ritmicamente é o construtor de tudo o que é, como diz João nos primeiros versículos de seu Evangelho, "No princípio era o Verbo... e nada do que foi feito, foi feito sem ele"; e também "o Verbo se fez carne".

Assim, vemos que o som é o criador e o sustentador de toda a forma, e, no Segundo Céu, o Ego torna-se um com as Forças da Natureza. Com elas ele trabalha sobre os arquétipos da terra e do mar, da flora e da fauna, para realizar as mudanças que, gradualmente, alteram a aparência e condições da terra e assim proporcionam um novo ambiente feito por si mesmo, no qual ele, o Ego, possa colher novas experiências.

O Ego é dirigido neste trabalho por grandes Mestres pertencentes às Hierarquias Criadoras, que são chamados Anjos, Arcanjos e outros nomes, sendo todos ministros de Deus. Eles instruem-no, conscienciosamente, na divina arte da criação, tanto no que se refere ao mundo como aos objetos que estão nele. Eles ensinam-lhe como construir uma forma para si próprio, dando-lhe como auxiliares os chamados "Espíritos da Natureza", e, assim, o homem está cumprindo seu aprendizado para tornar-se um criador, cada vez que ele for ao Segundo Céu. Lá ele constrói o arquétipo da forma que, mais tarde, ele exterioriza no nascimento.

Há quatro éteres chamados éter químico, éter de vida, éter de luz e éter refletor. As forças trabalham ao longo dos polos positivo e negativo dos diversos éteres. Os Egos no Mundo Celeste são parte dessas forças, e, assim, as próprias pessoas que chamamos mortos, são os que constróem nossos corpos e ajudam-nos a viver. Podemos observar também que ninguém pode ter um corpo denso melhor do que o que possa construir. Se alguém comete um erro em seu trabalho no Mundo Celeste, ele vai notar isso quando for usar esse corpo defeituoso na terra e, com isso, aprende a corrigir o erro na próxima vez que tiver que construir um arquétipo.

Todos os habitantes do Mundo Celeste trabalham sobre os modelos da terra, os quais estão todos na Região do Pensamento Concreto. Eles alteram as características físicas da terra e ocasionam as mudanças graduais que modificam sua aparência para que, à cada volta para a vida física, tenha sido preparado um ambiente diferente, onde possam ganhar novas experiências. Clima, flora e fauna são alterados pelo homem, sob o comando de Seres superiores.

Assim, o mundo justamente é o que nos mesmos, individual e coletivamente, fizemos e será o que fizermos dele. O cientista oculto vê em tudo o que acontece uma causa de natureza espiritual manifestando-se sem omitir a predominância e o alarmante aumento da freqüência dos abalos sísmicos, que acompanham o pensamento materialista da ciência moderna.

É verdade que causas puramente físicas podem ocasionar tais distúrbios, mas é esta a última palavra sobre o assunto? Podemos ter sempre uma explicação completa, registrando somente o que aparece na superfície? Certamente não! O ocultista diz que se não fosse pelo materialismo, os abalos sísmicos não teriam ocorrido.

O trabalho do homem no Mundo Celeste não está limitado, unicamente, à alteração da superfície da terra, que deverá ser o cenário de suas lutas futuras para subjugar o Mundo Físico. Ele está ativamente ocupado em aprender como construir um corpo que permita melhores condições de expressão. É destino do homem tornar-se uma inteligência Criadora e ele está cumprindo seu aprendizado todo o tempo. Durante sua vida celeste ele está aprendendo a construir toda espécie de corpos / incluindo o humano.

Assim, vemos que o homem aprende a construir seus veículos no Mundo Celeste e a usá-los no Mundo Físico. A natureza proporciona todas as fazes de experiências, de modo tão maravilhoso e com tão profunda sabedoria que, à medida que aprendemos a penetrar mais e mais fundo em seus segredos, ficamos cada vez mais conscientes de nossa própria insignificância, e sentimos uma crescente veneração por Deus, cujo símbolo visível é a Natureza.


 

CAPÍTULO III

A Missão de Cristo e o Festival das Fadas

Sempre que nos defrontamos com um dos mistérios da natureza que somos incapazes de explicar, simplesmente acrescentamos um novo nome ao nosso vocabulário que, depois, usamos como astuto disfarce para esconder nossa ignorância sobre o assunto. Tais são os ampères que usamos para medir o volume da corrente da elétrica, os volts que dizemos para indicar a força da corrente, e o ohm que usamos para mostrar que resistência um determinado condutor oferece à passagem da corrente. Assim, estudando muito palavras e números, os expoentes da ciência da eletricidade tentam persuadir a si próprios e aos outros que penetraram nos mistérios da ilusiva força que representa tão importante papel no trabalho do mundo; mas, quando tudo já foi dito e eles estão com disposição para confidências, admitem que os mais brilhantes conhecedores da ciência da eletricidade sabem sobre isso um pouco mais que o aluno que está começando a experimentar suas pilhas e baterias.

O mesmo acontece com outras ciências. Por determinado período, os anatomistas não podem diferenciar o embrião canino do humano, e enquanto o fisiologista fala com conhecimento sobre o metabolismo, não pode furtar-se a admitir que os testes de laboratório pelos quais tenta imitar nossos processos digestivos devem ser e são, muito diferentes das transmutações operadas no laboratório químico do corpo pelos alimentos que ingerimos. Isto não é dito para desmerecer ou diminuir as sensacionais realizações da ciência, mas para enfatizar o fato de que há fatores por trás de todas as manifestações da natureza - inteligências de variados graus de consciência, construtoras e destruidoras, que desempenham importantes papéis na economia da natureza - e, enquanto estes agentes não forem reconhecidos e seu trabalho estudado, nunca poderemos ter uma concepção adequada do modo pelo qual as Forças da Natureza trabalham, às quais chamamos calor, eletricidade, gravidade, ação química, etc.. Para aqueles que cultivam a visão espiritual, é evidente que sabem que os assim chamados mortos usam parte do seu tempo aprendendo a construir corpos sob a direção de certas Hierarquias Espirituais. Eles são os agentes dos processos metabólicos e anabólicos; eles são os fatores invisíveis na assimilação e, portanto, é literalmente verdade que seríamos incapazes de viver, se não fosse pela importante ajuda que nos é prestada pelos que chamamos mortos.

Com relação às Forças da Natureza, nós doutamente explicamos como o calor do sol evapora a água de rios e oceanos, fazendo-a subir às regiões mais frias do ar onde se condensa em nuvens que, finalmente, ficam tão saturadas de umidade que são atraídas para a terra, e caem em forma de chuva que enche de novo os rios e oceanos e a água será novamente evaporada. É tudo perfeitamente simples, um belo processo automático de perpétuo movimento. Mas isso é tudo? Não há nesta teoria uma quantidade de falhas? Sabemos que existem, embora não possamos afastar-nos muito de nosso assunto para discuti-las. Falta uma coisa para explicá-la totalmente, a saber, a ação semi-inteligente das sílfides que erguem as partículas de água - primorosamente divididas, vaporizadas e preparadas pelas ondinas - da superfície do mar e as levam tão alto quanto possam, antes que a condensação parcial se processe e se formem as nuvens. Elas preservam estas partículas de água até que as ondinas as forcem a soltá-las. Quando dizemos que há uma tempestade, batalhas estão sendo travadas na superfície do mar e no ar, algumas vezes com auxílio das salamandras para acender as tochas dos relâmpagos com hidrogênio e oxigênio separados, e enviar seus aterrorizantes fachos de luz explodindo em zig-zag na negra escuridão, seguidos de impressionantes ribombos de trovões que ressoam na límpida atmosfera, enquanto as ondinas triunfalmente arremessam sobre a terra as gotas de chuva resgatadas, para que sejam novamente reintegradas na união do seu elemento-mãe.

Os pequenos gnomos são necessários para construir as plantas e as flores. É seu trabalho pintá-las com os inúmeros matizes de cores que deleitam nossos olhos. Eles também talham os cristais em todos os minerais e fazem as gemas preciosas que brilham em diademas dourados. Sem eles não haveria ferro para nossa maquinaria, nem ouro com que pagá-la. Eles estão em toda parte, e a proverbial abelha não é mais ativa do que eles. Contudo, à abelha damos crédito pelo trabalho que faz, enquanto que os pequenos Espíritos da Natureza, que desempenham um papel tão importante e extraordinário no trabalho do mundo, são conhecidos por apenas uns poucos considerados sonhadores.

No solstício de verão, as atividades físicas da Natureza estão no seu ápice ou zênite. Portanto, "A Noite do Solstício de Verão" é o grande festival das fadas que trabalham para construir o universo material, alimentaram o gado, nutriram as sementes, e estão saudando com alegria e agradecimento a imensa onda de força que é seu instrumento de trabalho, para moldar as flores na mais estonteante variedade de formas delicadas determinadas por seus arquétipos, e tingi-las em inúmeros matizes que são o encanto e o desespero dos pintores. Nesta mais sublime de todas as noites, da alegre estação de verão, elas vem em bandos dos pântanos e florestas, de vales e várzeas, para o Festival das Fadas. Elas realmente preparam suas comidas e bebidas etéricas e depois dançam em êxtase de alegria, a alegria de terem produzido e cumprido sua importante finalidade no equilíbrio da natureza.

É um axioma da ciência que a natureza não tolera nada que seja inútil. Parasitas e preguiçosos são abominados; o órgão que se tornou supérfluo se atrofia; assim também o membro ou o olho que não é mais usado. A Natureza tem um trabalho a fazer e exige trabalho de todos que possam justificar sua existência e continuar como parte dela. Isto se aplica às plantas e aos planetas, aos homens e aos animais, e também às fadas. Elas têm seu trabalho a fazer; são um povo diligente e suas atividades são a solução a muitos dos diversos mistérios da Natureza, como já foi explicado.

Mais tarde, na época do solstício de inverno, nós estamos no outro polo do ciclo anual, onde os dias são mais curtos e as noites mais longas; sob o ponto de vista físico, a escuridão se faz sobre o Hemisfério Norte; mas as ondas de luz espiritual e de vida, que serão a base do crescimento e progresso do próximo ano, estão agora em sua máxima atividade e força. N Noite de Natal, no solstício de inverno, quando o sinal celestial da Virgem Imaculada aparece sobre o horizonte Oriental à meia noite, nasce o sol do novo ano para salvar a humanidade do frio e da fome que aconteceriam se a sua luz benéfica fosse retida. Nessa ocasião, o Espírito de Cristo nasce na Terra e começa a fermentar e fertilizar os milhões de sementes que as fadas constróem e regam, para que tenhamos alimento físico. Mas, "Nem só de pão vive o homem". Embora o trabalho das fadas seja bastante importante, torna-se insignificante comparado com a missão de Cristo, que traz-nos, todos os anos, o alimento espiritual necessário para que avancemos no caminho do progresso, para que atinjamos a perfeição no amor; com tudo o que isso implica.


 

CAPÍTULO IV

Forças de Períodos Diferentes

No Período Lunar, o contato da esfera ardente com o Espaço frio gerou umidade e a batalha dos elementos começou em toda sua violência. A ardente bola de fogo tentava evaporar a umidade, empurrá-la para fora e criar um vácuo no qual preservasse sua integridade e ardesse tranqüila. Mas não há nem pode haver nenhum vazio na natureza, assim o vapor escapado condensou-se a uma certa distância da bola ardente e foi novamente enviado para dentro pelo frio do Espaço, para ser novamente evaporado e lançado para fora em um incessante vai e vem por eras e eras, como um volante entre as separadas Hierarquias de Espíritos que compõem os vários Reinos da Vida, representados na Esfera de Fogo e no Espaço Cósmico, que é uma expressão do Espírito Absoluto Homogêneo. Os Espíritos de Fogo estão, diligentemente, lutando para atingir um aumento de consciência. Mas o Absoluto repousa, sempre envolto na invisível roupagem do Espaço Cósmico. "Nele" todas as forças e possibilidades estão latentes e Ele procura desencorajar e impedir qualquer tentativa de desperdiçar forças latentes, como a energia dinâmica que é necessária para a evolução de um sistema solar. A água é o agente que Ele usou para extinguir o fogo de espíritos ativos. A zona entre o centro quente do separado Espírito da Esfera e o ponto onde sua atmosfera individual encontra o espaço Cósmico, é um campo de batalha de espíritos em desenvolvimento, em vários estados de evolução.

Os Anjos atuais eram humanos no Período Lunar e o mais graduado Iniciado é o Espírito Santo.

A nossa humanidade e os outros Reinos de Vida na Terra são diversamente afetados pelos elementos atuais e assim como alguns gostam de calor e outros preferem o frio, como alguns desenvolvem-se na umidade e outros necessitam de ambiente seco, assim também no Período Lunar, entre os Anjos, alguns tinham afinidades pela água, outros a detestavam e amavam o fogo.

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Do ponto de vista ou ângulo Cósmico notamos que o Templo de Salomão é o Universo Solar, e Hiran Abiff, o Grande Mestre, é o Sol que viaja ao redor dos l2 Signos do Zodíaco, desempenhando aí o drama místico da Lenda Maçônica. No Equinócio da Primavera, o Sol deixa o aquoso Signo de Peixes, (no hemisfério norte) que é também feminino e dócil, pelo belicoso, marcial vigoroso e ígneo signo de Áries, o carneiro ou cordeiro, onde é exaltado em poder. Enche o Universo com um fogo criador que é imediatamente absorvido pelos inumeráveis bilhões de Espíritos da Natureza que, com isso, constróem o Templo do ano vindouro em florestas e pântanos. As forças de fecundação aplicadas às intocáveis sementes que dormitam no solo, fazem com que elas germinem e encham a terra de vegetação luxuriante, enquanto os Espíritos-grupo acasalam os animais e as aves que estão a seus cuidados, para que eles possam procriar e aumentar suficientemente, para conservar a fauna de nosso planeta na normalidade.

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A Consciência Objetiva pela qual adquirimos conhecimento do mundo externo, depende do que percebemos por meio dos sentidos. A isto chamamos real, em contraposição aos nossos pensamentos e idéias que nos vêm através de nossa consciência interna: sua realidade não é aparente para nós da mesma maneira que o é de um livro, de uma mesa, ou de outros objetos visíveis ou tangíveis no espaço. Pensamentos e idéias parecem vagos e irreais, por isso falamos de um "mero" pensamento, ou de "apenas" uma idéia.

Contudo, as idéias e pensamentos de hoje têm diante de si uma evolução; estão destinados a tornarem-se tão reais, claros e tangíveis como quaisquer dos objetos do mundo externo que agora percebemos através dos sentidos físicos. Atualmente, quando pensamos em uma coisa ou uma cor, o quadro ou a cor apresentadas pela memória à nossa consciência interna, não é mais do que uma vaga sombra comparada com a coisa pensada.

No princípio do Período de Júpiter haverá uma notável mudança a este respeito. Depois, os quadros oníricos do Período Lunar voltarão, mas estarão sujeitos ao chamado do pensador, e não serão meras reproduções dos objetos externos. Assim, haverá uma combinação dos quadros do Período Lunar e dos pensamentos e idéias desenvolvidos conscientemente durante o Período Terrestre, isto é, será uma consciência pictórica consciente de Si.

Quando um homem do Período de Júpiter diz "vermelho", ou profere o nome de um objeto, uma reprodução clara e exata do determinado tom de vermelho sobre o qual está falando ou do objeto ao qual se refere, será apresentada à sua visão interna e será também perfeitamente visível a seu ouvinte. Não haverá interpretação errada sobre o significado das palavras proferidas. Pensamentos e idéias serão vivas e visíveis, portanto a hipocrisia e a bajulação serão inteiramente eliminadas. As pessoas serão vistas exatamente como são. Haverá o homem inteiramente bom e o completamente mau, e um dos maiores problemas dessa época será como lidar com estes últimos. Os Maniqueus, uma Ordem de espiritualidade ainda mais elevada do que a dos Rosacruzes, estão atualmente estudando esse exato problema. Uma idéia da situação prevista pode ser formada por um rápido resumo de sua lenda. (Todas as ordens místicas têm uma lenda simbolizando seus ideais e aspirações).

N lenda dos Maniqueus há dois reinos, o dos Duendes da luz e o dos Duendes das Trevas. Os últimos atacam os primeiros, são vencidos e devem ser punidos. No entanto, como os Duendes da Luz são inteiramente bons e como os Duendes das Trevas são inteiramente maus, os primeiros não podem infligir o mal a seus inimigos, portanto estes devem ser punidos com o Bem. Em decorrência disto, uma parte do reino dos Duendes da Luz é incorporada com a dos Duendes das Trevas e, desta maneira, o mal será no tempo devido dominado. O ódio que não se submeter ao ódio deve sucumbir ao Amor.

Os quadros internos do Período Lunar eram uma certa manifestação do ambiente externo do homem. No período de Júpiter os quadros serão expressados de dentro; serão uma conseqüência da vida interna do homem. Ele também possuirá a capacidade adicional, que ele cultivou no Período Terrestre, de ver coisas no espaço fora dele próprio. No Período Lunar ele não via as coisas concretas, mas apenas as suas qualidades de alma. No Período de Júpiter ele verá ambas, e assim terá uma total percepção e compreensão do que o cerca. Em um estágio posterior, no mesmo Período, esta qualidade de percepção será seguida de uma fase ainda mais superior. Seu poder de formar nítidas concepções mentais de cores, objetos ou tons, capacitá-lo-á a contatar e influenciar seres supersensitivos de várias ordens e assegurar sua obediência, empregando as forças deles, como desejar. Terá a capacidade de emanar de si as forças com as quais realizará seus propósitos e estará sob a dependência do auxílio destes seres suprafísicos, que, então, estarão às suas ordens.

Ao aproximar-se do Período de Vênus estará capacitado a usar sua própria força para dar vida a seus quadros e manifestá-los de si mesmo, como objetos no espaço. Ele possuirá, então, um conhecimento criador objetivo e consciente de Si.


 

CAPÍTULO V

O Espírito da Terra

Muitos de nós andamos pela terra e vemos apenas uma massa aparentemente morta, mas um dos primeiros fatos revelados a nossa consciência pela iniciação é a realidade vivente do Espírito da Terra. Como a superfície do corpo é morta em comparação com os órgãos internos, assim também o invólucro externo da terra, sendo incrustado, não dá idéia da maravilhosa atividade interna. No caminho da Iniciação são reveladas nove diferentes camadas, e no centro dessa esfera rolante nós nos deparamos com o Espírito da Terra, face a face. É bem verdade que ele está "gemendo e labutando" na terra por todos nós, trabalhando e ansiosamente esperando por nossa manifestação como Filhos de Deus, para que, como a alma que busca e que agora está confinado, por nossa causa.

Naturalmente, o Espírito da Terra não deve ser imaginado como sendo um homem muito grande, ou como tendo uma forma física que não seja a própria Terra. O corpo vital de Jesus, no qual o Espírito de Cristo foi enfocado ,muito antes de seu real ingresso na Terra, tem a forma humana comum; está protegido e é apresentado ao candidato em um certo ponto de sua marcha progressiva. Algum dia, em um futuro distante, ele abrigará novamente o benevolente Espírito de Cristo em Seu retorno do centro da Terra, quando nós nos tenhamos tornado etéricos e quando Ele estiver pronto para elevar-se a esferas superiores, deixando-nos para sermos ensinados pelo Pai, cuja religião será maior do que a religião cristã.

O mito de Fausto apresenta uma curiosa situação no encontro do herói, que é a alma que busca, com diversas classes de espíritos. O espírito de Fausto, inerentemente bom, sente-se atraído para as ordens superiores; sente-se afim com o benevolente Espírito da Terra, e lamenta a incapacidade para dete-lo e aprender com ele. Face a face com o Espírito de Negação que está muito desejoso de ensinar e servir, - em certo sentido, ele se considera mestre - ele sabe que esse espírito não pode sair, passando sobre o símbolo da estrela de cinco pontas, na posição em que está colocado no chão. Mas, tanto sua incapacidade para prender o Espírito da Terra e obter ensinamentos desse exaltado Ser, como seu domínio sobre o Espírito de Negação, decorrem do fato de ter entrado com eles por acaso e não pelo poder da alma desenvolvido internamente.

Quando Parsifal, o herói de outro desses grandes mitos da alma, visitou o Castelo do Graal pela primeira vez, foi-lhe perguntado como havia chegado lá, e ele respondeu "Eu não sei". Apenas aconteceu ele entrar no lugar sagrado, como uma alma que, algumas vezes, tem um vislumbre do reino celestial; mas ele não pode ficar em Mont Salvat. Foi forçado a sair novamente pelo mundo e aprender sua lição. Muitos anos depois ele voltou ao Castelo do Graal, desgastado e exausto com a busca, e a mesma pergunta foi-lhe feita: "Como chegou aqui?" Mas dessa vez sua resposta foi diferente, pois ele disse: "Através da busca e do sofrimento, eu vim."

Este é o ponto cardeal que marca a grande diferença entre pessoas que, por acaso, entram em contato com espírito dos reinos suprafísicos ou tropeçam na solução de uma Lei da Natureza, e as pessoas que, por diligentes pesquisas e principalmente por viverem a vida, alcançam a Iniciação consciente nos segredos da Natureza. As primeiras não sabem como usar inteligentemente estes poderes, e são portanto indefesas. As últimas são sempre donas das forças que controlam, enquanto que as outras são um joguete para quem quer que deseje aproveitar-se delas.


 

CAPÍTULO VI

Duas Perguntas e Respostas

Um estudante pergunta: "A Natureza é culpada pelas freqüentes más formações físicas no mundo animal e vegetal como também na raça humana, e pode haver uma inteligência totalmente perfeita e sã, com uma vontade vigorosa, em um corpo enfermo e mal formado"?

Em resposta perguntaríamos, o que se entende aqui por Natureza? Bacon diz que a Natureza e Deus diferem apenas como selo e o sinete. A Natureza é o símbolo visível de Deus, e nós, hoje em dia, estamos muito propensos a considerar a Natureza em um sentido materialista. Por trás de toda manifestação da Natureza há forças, não forças cegas mas inteligências que motivam a ação. O que nós chamamos de eletricidade, magnetismo, expansão de vapor, etc., são inteligências que trabalham sem serem vistas por nós, quando certas condições são produzidas. Os Espíritos da Natureza constróem as plantas, formam os cristais das rochas e, com outras inúmeras Hierarquias, estão trabalhando perto e ao redor de nós, invisíveis, todavia ocultados em fazer e manter o que chamamos Natureza.

Todos são seres em evolução, como nós mesmos, e o próprio fato de que estão evoluindo mostra que são imperfeitos e, portanto, sujeitos a cometerem erros que, naturalmente, resultam em más formações e, então, pode ser dito em resposta à pergunta, que as inteligências invisíveis que executam o que chamamos Natureza são culpadas de freqüentes erros, tanto quanto nós.

Quanto à segunda parte da pergunta, sobre se pode haver inteligência perfeita e sensata com uma vontade vigorosa em um corpo enfermo ou mal formado, podemos dizer "Sim, sem dúvida", mas como a expressão dessa inteligência depende da eficiência de seu instrumento, ela pode ser, naturalmente, dificultada pela deformação física, segundo o mesmo princípio de que não importa quão hábil seja o operário, sua eficiência depende, em grande parte, da condição de suas ferramentas.

As perguntas seguintes são interessantes e dignas de atenção: "Foi exposto no Conceito Rosacruz do Cosmos que a capacidade de percepção do espaço está ligada à delicada adaptação dos três canais semi-circulares do ouvido, que apontam para as três dimensões do espaço. Pensamento lógico e habilidade para a matemática são proporcionais à precisão de seu ajuste.

"Parece que a percepção da quarta dimensão foi alcançada por matemáticos muito avançados. Pode dizer-me se há alguma modificação na acomodação destes canais semicirculares, ou qual é o processo que leva a consciência da quarta dimensão?

"Parece também que os espíritos da Natureza e os Elementares têm consciência desta quarta dimensão, que é um grau mais elevado de consciência do que o que possuímos agora, e possivelmente mais elevado do que a que possuem as abelhas ou os cavalos Elberfel. Pode, por favor, fornecer o elo que falta? O que torna o homem ou a humanidade superior a estes seres e qual é a adaptação destes canais semicirculares no caso destes cavalos tão bem dotados?"

Para a maioria da humanidade, os números são extraordinariamente áridos. Não são apenas desinteressantes, mas excessivamente tediosos, pois estamos habituados a viver uma vida exterior entre outras pessoas e amigos onde damos expressão aos nossos desejos, sentimentos e emoções. Quanto mais estes são instigados, mais interessante acharemos a vida, e, ao contrário, as coisas que não causam uma onda de emoção serão consideradas aborrecidas e sem interesse. Portanto, a maioria não se interessa pela matemática ou qualquer outra coisa que aguce a mente sem que, ao mesmo tempo, anime a natureza emocional.

Sabemos que Deus geometriza, que todos os processos da natureza são baseados em cálculos sistemáticos que questionam a grande Mente Mestra. Quando Deus, como o grande Arquiteto do Universo, construiu todo o mundo sobre linhas matemáticas, podemos saber que, consciente ou inconscientemente, o matemático está avançado em uma direção na qual eventualmente irá se encontrar, face a face, com Deus, e isto, por si só, demonstra uma expansão de consciência. Quando consideramos o fato de que cada um dos canais semicirculares é realmente um supersensitivo nível espiritual, assim ajustado para indicar ao nosso consciente o movimento de nosso corpo através de comprimento e largura, altura e profundidade do espaço, facilmente compreenderemos que seu ajuste exato é necessário para a percepção do espaço. Se eles forem corretos, a percepção de espaço dessa pessoa é perfeita e se ela dedicar-se ao estudo da matemática, suas teorias estarão em concordância com o que observar no mundo como fatos reais. Isto, em algumas mentes elevadas, engendra um real amor em lugar de ser uma causa de cansaço, como o são para a maioria das pessoas e, então, esse amor pelos números pode despertar nelas faculdades espirituais latentes, mas não através de alguma modificação nos canais semicirculares, pois estes são estruturas ósseas e não facilmente modificáveis durante o período de vida. Contudo, não há dúvida de que alguém que tenha predileção por música ou matemática, mais tarde construirá esses canais mais apuradamente no Segundo Céu, no intervalo entre a morte e um novo nascimento.

Com respeito à consciência dos Elementais ou Espíritos da Natureza, é correto admitir que eles possuem o que pode ser chamado de uma consciência da quarta dimensão, pois em acréscimo à altura, largura e profundidade, que são as dimensões do espaço no mundo físico, há o que podemos chamar "Penetrabilidade" nos éteres. Com a visão etérica, você poderá ver dentro de uma montanha, e se você possuir um corpo etérico, como os Espíritos da Natureza possuem, poderá também passar através da mais dura rocha de granito. Não oferecerá resistência maior do que o ar oferece ao nosso avanço aqui, na verdade nem tanto, pois aqui podemos ser impedidos pelos ventos. Mas, mesmo entre os Espíritos da Natureza, há entidades diferentes com suas correspondentes variações de consciência.

Os corpos dos gnomos são feitos principalmente de éter químico e, portanto, eles são do solo da terra; isto é, ninguém os vê voar como o fazem as sílfides. Podem ser queimados pelo fogo. Também envelhecem de maneira não muito diferente da dos seres humanos.

As ondinas que vivem na água e as sílfides do ar também são sujeitas à morte, mas seus corpos sendo compostos, respectivamente, dos éteres de vida e de luz, tornam-nas muito mais resistentes, assim como está determinado que os gnomos são vivem mais do que algumas centenas de anos, e as salamandras, cujos corpos são formados principalmente do quarto éter, diz-se que vivem por muitos milhares de anos. A consciência que forma e anima estes corpos pertence a um número de Hierarquias Divinas que, deste modo, estão adquirindo experiências adicionais; e as formas que são construídas de matéria e assim animadas, atingiram um grau de autoconsciência; durante essas longas existências têm noção de sua própria existência transitória e é por se rebelarem contra esse estado de coisas que se deve a guerra dos elementos, principalmente do fogo, ar e água. Imaginando que são9 mantidos em servidão, tentam libertar-se dos grilhões pela força e, não tendo o bom senso para guiarem-se, investem às cegas, de maneira destruidora que, às vezes, são causa de grandes catástrofes. A consciência dos gnomos é muito obtusa para tomar a iniciativa, mas, freqüentemente, eles são cúmplices dos outros Espíritos da Natureza por abrirem passagens que favorecem as explosões nas rochas.

Contudo, isto não tem conexão alguma com os cavalos Elberfeld ou animais prodígios semelhantes. Estes são guardiães de seus respectivos grupos de Espíritos e é provavelmente a última vez que procuram renascer em forma de um animal. Quando isto acontece, tais espíritos são relegados aos Caos, onde devem esperar por seus irmãos menos dotados durante a Noite Cósmica, até a época em que seja possível começar sua evolução humana, no Período de Júpiter.


 

CAPÍTULO VII

A Constituição da Terra e as Erupções Vulcânicas

Mesmo entre os cientistas ocultistas, a investigação da construção misteriosa da terra é considerada como um dos mais difíceis problemas. Todos os cientistas ocultistas sabem que é mais fácil pesquisar inteira e acuradamente o Mundo do Desejo e a Região do Pensamento Concreto e apresentar os resultados ao Mundo Físico, do que pesquisar, por completo, os segredos de nosso planeta físico, porque para fazê-lo, inteiramente, a pessoa deve ter passado através dos nove Mistérios Menores e da primeira das Grandes Iniciações.

Os cientistas modernos sabem muito pouco sobre este assunto. No que concerne aos fenômenos sísmicos, mudam freqüentemente suas teorias, porque estão constantemente descobrindo novas razões pelas quais suas hipóteses anteriores são insustentáveis. Com seu esplêndido cuidado habitual, eles têm pesquisado a própria crosta externa, mas somente até uma profundidade insignificante. Quanto às erupções vulcânicas, eles tentam entendê-las como tentam entender tudo o mais, de um modo puramente mecânico, descrevendo o centro da terra como uma fornalha ardente e concluindo que as erupções são causadas pela entrada acidental de água, e por outras maneiras semelhantes.

De certa forma, suas teorias têm algum fundamento, mas neste caso, como sempre, eles estão esquecendo as causas espirituais que, ao ocultista, parecem ser as verdadeiras. Para ele o mundo está longe de ser "morto". Ao contrário, todos os seus recantos e frinchas estão permeados pelo espírito, que é o fermento que causa as transformações dentro e sobre o planeta.

As diferentes espécies de quartzo, os metais, a disposição dos diversos extratos - tudo tem um significado muito maior do que o pesquisador materialista possa, em qualquer tempo, ter entendido. Para o cientista ocultista, o modo como estes materiais estão arrumados é cheio de significado.

Para a treinada visão clarividente do Iniciado nos vários graus dos Mistérios, a Terra aparece construída em estratos, parecida com uma cebola, uma camada, ou estrato por fora da outra. Há nove desses estratos e o núcleo central, completando dez ao todo. Estes estratos são revelados, gradualmente, ao Iniciado. Um estrato torna-se acessível a ele em cada Iniciação, assim, ao fim das nove Iniciações Menores, ele está senhor de todos os estratos, mas ainda não tem acesso aos segredos do núcleo.

Na linguagem antiga, estes nove degraus eram chamados "Os Mistérios Menores". Levam o neófito, conscientemente, através de tudo que se relaciona com sua passada evolução, através das atividades da existência involuntária, para que ele possa entender o modo e significado do trabalho que, então, executou inconscientemente. Mostram-lhe como a presente formação nônuplo (o tríplice corpo, a tríplice alma e o tríplice espírito) foi levada à existência; como as Grandes Hierarquias Criadoras trabalharam sobre o Espírito Virginal, despertando nele o Ego, ajudando-o a formar o corpo; e também o trabalho que ele próprio fez, para extrair do tríplice corpo, o tanto da tríplice alma que ele agora possui. Por um grau de cada vez, ele ‘guiado através dos nove graus dos Mistérios Menores, os nove estratos.

Quando o homem em evolução passou pelas nove Iniciações Menores, adquirindo, com isso, entrada para todas as camadas da Terra, ainda deve conquistar a entrada para o núcleo dela. Esta entrada será aberta para ele pela primeira das quatro Grandes Iniciações, na qual aprende a conhecer o mistério da mente, essa parte do seu ser começado na Terra. Quando ele está pronto para a primeira Grande Iniciação, desenvolveu sua mente ao grau em que todos os homens estão destinados a chegar, no final do Período Terrestre. Nessa Iniciação é lhe dada a chave para o próximo estágio, e todo o trabalho executado por ele, depois disso, será igual ao que a humanidade em geral fará no Período de Júpiter e que não nos concerne no momento presente.

O Diagrama l8 fará uma idéia da disposição dos estratos da Terra, sendo omitido o núcleo central para indicar com mais clareza a formação lemniscata das correntes do nono estrato. No Diagrama os estratos são representados como sendo de igual espessura, embora, na realidade, alguns sejam muito mais delgados do que os outros. Começando pelo de fora, eles aparecem na seguinte ordem:

(l) Terra Mineral: Esta é a crosta de pedra da Terra, com a qual a geologia trabalha até onde é capaz de penetrar.

(2) Estrado Fluídico: A matéria deste estrado é mais fluídica do que a da crosta externa, contudo não é aquosa, porém mais parecida com uma pasta grossa. Tem a qualidade de expansão, como a de um gás extremamente explosivo, e é mantida no lugar apenas pela enorme pressão da crosta externa. Se esta fosse removida, todo estrato fluídico desapareceria no espaço com uma tremenda explosão. Estes estratos correspondem às Regiões Química e Etérica do Mundo Físico.

(3) Estrato Vaporoso: No primeiro e segundo estratos não há, realmente, vida consciente. Mas neste estrato há um fluir de vida incessante e pulsante, como no Mundo do Desejo, que circunda e interpenetra nossa terra.

(4) Estrato Aquoso: Neste estrato estão as possibilidades germinais de tudo que existe sobre a superfície da Terra. Aqui estão as forças arquetípicas que se ocultam atrás dos Espíritos-Grupo e também as forças arquetípicas dos minerais, pois esta é a expressão física direta da Região do Pensamento Concreto.

(5) Estrato Germinal: Cientistas materialistas têm ficado frustrados em seus esforços para descobrir a origem da vida, como as primeiras coisas viventes surgiram de matérias previamente mortas.

Na realidade, de acordo com a explanação ocultista da evolução, a pergunta deveria ser como as coisas "mortas" se originaram. A Vida estava lá antes das Formas Mortas.. Ela formou seus corpos de substâncias vaporosas atenuadas, muito antes destas se condensarem na crosta sólida da Terra. Somente quando a vida deixou as formas, elas poderiam ter-se cristalizado e se tornado duras e mortas.

O carvão não é mais do que corpos de plantas cristalizados; o coral também é a cristalização de formas animais. A vida deixa as formas e as formas morrem. A vida nunca chegou a uma forma para despertá-la para a vida. A vida abandona as formas e as formas morrem. Foi assim que as coisas "mortas" vieram a ser.

Neste quinto estrato está a fonte primordial da vida, da qual originou-se o ímpeto que construiu todas as formas na Terra. Corresponde à Região do Pensamento Abstrato.

(6) Estrato Ígneo: Por estranho que pareça, este estrato possui sensibilidade. Prazer e dor, simpatia e antipatia têm aqui sua ação sobre a terra. Supõe-se geralmente que, sob nenhuma circunstância, a terra pode ter qualquer sensação. Contudo, o cientista ocultista ao observar a colheita dos grãos maduros e o amontoado das frutas que vem das árvores no outono, ou o apanhar das flores, conhece o prazer experimentado pela própria terra. É semelhante ao prazer sentido pela vaca quando seus úberes cheios são aliviados pelo sugar do bezerro. A terra sente o prazer de ter proporcionado alimento para a sua progênie de Formas, e este prazer culmina na época da colheita.

Por outro lado, quando as plantas são arrancadas pelas raízes, é patente para o cientista ocultista que a terra sente uma aguilhoada de dor. Por essa razão, ele não come os alimentos vegetais que crescem debaixo da terra. Em primeiro lugar, eles estão cheios da força da terra e deficientes da força do Sol e, por adição, estão envenenados por terem sido arrancados pela raiz. A única exceção a esta regra é que ele pode compartilhar frugalmente da batata, que originalmente crescia na superfície da terra, e que apenas recentemente cresce debaixo do solo. Os ocultistas procuram nitrir seus corpos com frutas que crescem em direção ao Sol, porque ele as contém mais da força superior do Sol, e não causaram dor à terra.

Poder-se-ia supor que a mineração deveria ser muito dolorosa para a terra, mas é o contrário. Cada desintegração da crosta dura, causa uma sensação de alívio e cada solidificação é uma fonte de dor. Onde uma corrente de água da montanha lava a terra e a carrega para as planícies, a terra se sente mais livre. Onde a matéria desintegrada é novamente depositada, como nos baixios na foz de um grande rio, aí há uma correspondente sensação de preocupação.

Como a sensação nos animais e nos homens é devida aos seus corpos vitais separados, assim também o sentimento da terra é particularmente ativo neste sexto estrato, que corresponde ao Mundo do Espírito de Vida. Para entender o prazer sentido quando a mineração está desintegrando a rocha dura, e a dor quando depósitos acumulam-se, devemos lembrar que a Terra é o corpo denso de um Grande Espírito, e para suprir-nos com um ambiente no qual pudéssemos viver e adquirir experiência, teve que cristalizar este corpo em sua condição atual.

Contudo, como a evolução continua e o homem aprende as lições concernentes a este apogeu de solidificação, a Terra tornar-se-á mais branda e seu Espírito mais e mais liberto. Isto é o que Paulo quis dizer, quando falou sobre toda a criação "gemendo e labutando", esperando pelo dia da libertação.

(7) Estrato Refletor: Esta parte da Terra corresponde ao Mundo do Espírito Divino. Na ciência oculta há o que se conhece como e Segredos Inexprimíveis". Para os que estão familiarizados com estes segredos, ou que não têm nem uma vaga idéia de seu significado, as propriedades deste estrato devem parecer particularmente absurdas e grotescas. Em tudo isto as forças, conhecidas por nós como "Leis da Natureza", existem como forças morais ou, talvez, forças imorais. No começo da carreira consciente do homem, elas eram muito piores do que são agora. Mas parece que, à medida que a humanidade progride moralmente, estas forças crescem na mesma medida; também qualquer lapso na moral tem a tendência de desencadear estas Forças da Natureza e obrigá-las a criar devastação sobre a Terra; enquanto a luta por ideais mais elevados as tornam menos inimigas do homem.

As forças neste estrato são, em qualquer tempo, um exato reflexo da existente condição moral da humanidade. Do ponto de vista oculto, a "Mão de Deus" que castiga uma Sodoma ou uma Gomorra, não é uma superstição tola, pois tão certo quanto há uma responsabilidade individual quanto a Lei de Conseqüência, que traz a cada pessoa a justa recompensa de suas ações, tanto para o bem como para o mal, assim também há uma responsabilidade comunitária e racional, traz para grupos de homens recompensas correspondentes a suas ações coletivas. As Forças da Natureza são agentes gerais dessa justiça retribuidora, causando enchentes, terremotos, ou formação benéfica do óleo ou carvão em vários grupos, conforme seus merecimentos.

8) Estrato Atômico: Este é o nome dado pelos Rosacruzes ao oitavo estrato da terra, o qual é a expressão do Mundo dos Espíritos Virginais. Parece ter a propriedade de multiplicar todas as coisas que nele estão; contudo, isto se aplica apenas às coisas que tenham sido definitivamente formadas. Um pedaço de madeira sem forma, ou uma pedra bruta, não têm existência aí, mas sobre qualquer coisa que tenha tido forma, ou que tenha forma e vida (como uma flor ou um quadro), este estrato tem o efeito da multiplicação, em grau extraordinário.

(9) Expressão Material do Espírito Terrestre: Há, aqui, correntes lemniscatas, que estão intimamente relacionadas com o cérebro, o coração e os órgãos sexuais da raça humana. Corresponde ao Mundo de Deus.

(l0) Centro do Ser do Espírito Terrestre: Nada mais pode ser dito sobre isto no presente, exceto que é o máximo campo de sementes de tudo que há dentro e sobre a Terra, corresponde ao Absoluto.

 

FIM

 

 

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