Terceira Parte
CURA
CAPÍTULO VIII
ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DA CURA
É voz corrente que "o homem tem vida curta e atribulada". Entre tantas vicissitudes da vida, nenhuma nos afeta mais profundamente do que a perda da saúde. Podemos perder a nossa posição econômica ou os amigos com relativa equanimidade, mas quando nos falta a saúde e a morte nos ameaça, até os mais fortes vacilam. Compreendendo a impotência humana, sentimos necessidade de apelar para o socorro Divino mais do que em qualquer outra ocasião. Por isso, a profissão de conselheiro espiritual está sempre associada à cura.
Entre os selvagens, os sacerdotes eram também "curandeiros". Na antiga Grécia, Esculápio era procurado particularmente pelos que queriam ser curados. A Igreja seguiu suas pegadas. Certas ordens católicas continuaram a obra de mitigar os sofrimentos durante os séculos que transcorreram até agora. Em tempos de enfermidade, o "bom padre" vinha como representante de nosso Pai que está nos Céus e o que lhe faltava em conhecimento era suprido pelo amor e pela simpatia - se era de fato, um santo sacerdote - e pela fé que despertava no paciente sua prática sacerdotal. Seus cuidados a respeito do doente não começavam no leito do enfermo nem terminavam com o seu restabelecimento. A gratidão do paciente para com o médico aumentava sua veneração pelo conselheiro espiritual e, conseqüentemente, o poder do sacerdote para auxiliar e animar o seu paciente, aumentava grandemente, sendo o vínculo que os unia muito mais forte do que quando a profissão de médico e de sacerdote estão divorciados.
É evidente que a arte da medicina chegou a um grau de eficiência que só foi possível alcançar com grande devotamento. As leis sanitárias, a extinção dos insetos portadores de enfermidades, são testemunhos monumentais do valor dos métodos científicos modernos. Pode parecer que tudo esteja bem e que não haja necessidade de maior esforço. Mas, na realidade, enquanto a humanidade em conjunto não gozar de perfeita saúde, nada há mais importante do que a resposta a esta pergunta: Como poderemos conseguir e manter uma saúde perfeita?
Além das escolas de medicina e cirurgia que dependem exclusivamente dos meios físicos para curar as enfermidades, surgiram outros sistemas que dependem exclusivamente dos poderes mentais. Já se tornou costume corrente nas organizações que advogam a "cura mental", a "cura pela natureza", etc., a realização de reuniões e a publicação de revistas com testemunhos dos que foram beneficiados por esses tratamentos, mas se os médicos diplomados fizessem o mesmo, não lhes faltaria, por certo, um igual número de testemunhos acerca de sua eficiência.
A opinião de milhares de pessoas é de grande valor mas nada prova porque outros tantos milhares de pessoas podem sustentar exatamente o ponto de vista oposto. Ocasionalmente uma só pessoa pode ter razão, enquanto o resto do mundo está errado, como aconteceu quando Galileu afirmou que a Terra se movia. Hoje em dia, todo o mundo converteu-se à opinião pela qual Galileu foi perseguido como herege. Sustentamos que, sendo o homem um ser composto, a cura tem êxito na proporção em que se remedeiem os defeitos nos planos físico, moral e mental do ser.
Curar ou Sarar
Como a grande maioria das pessoas não faz distinção entre curar e sarar, não será demasiado explicar a diferença que consiste principalmente em haver ou não haver cooperação do paciente. Uma pessoa pode sarar outra com massagens ou drogas. Nestes casos, o paciente mantém-se passivo, como o barro nas mãos do oleiro. Não há dúvida de que com tais tratamentos podem desaparecer as afecções e o doente restabelecer-se, mas em geral seu restabelecimento é apenas temporário porque não foram levadas em conta as causas reais da enfermidade; o doente não compreendeu que a doença é a conseqüência da violação das Leis da Natureza, sendo provável portanto que continue fazendo as mesmas coisas que fazia e como resultado a doença poderá retornar. A "cura" é um processo físico. "Sarar" é radicalmente diferente porque neste caso se exige que o paciente coopere espiritual e fisicamente com quem cura.
Para esclarecer este assunto, nada melhor do que estudar a vida e as obram do nosso Mestre, o Cristo. Quando as pessoas iam a Ele para serem sanadas, não esperavam ser submetidas a nenhum tratamento físico porque sabiam que sarariam pelo poder do Espírito. Elas tinham confiança ilimitada nEle, o que era absolutamente essencial, como podemos observar nos incidentes registrados no Capitulo XIII do Evangelho segundo São Mateus, onde se diz que o Cristo foi para o meio das pessoas entre as quais Jesus, o possuidor original do corpo, havia morado em sua juventude. Tais pessoas não viam mais do que o homem exterior e diziam: "Não é este Jesus o filho de José? Não estão conosco seus irmãos?" Elas acreditavam que nada de grandioso poderia sair de Nazaré e as coisas foram feitas de acordo com a sua fé, pois lemos que "ali não fez grandes obras devido à falta de fé".
Mas a fé sem obras é morta e em todos os casos em que Cristo sanou alguém, essa pessoa tinha que fazer alguma coisa: tinha que cooperar com o Grande Médico, antes que a sua cura se efetuasse. Dizia Ele: "Estende a tua mão", e quando a pessoa assim fazia, sua mão ficava sanada. Dizia a outro: "Toma o teu leito e anda", e quando isso era feito, desaparecia a enfermidade. Ao cego mandou: "Vai e banha-te no lago de Siloé", ao leproso: "Vai ao sacerdote e oferece o teu donativo", etc.. Em todos os casos havia necessidade da cooperação ativa da parte daquele que desejava ser sanado. Eram simples pedidos, mas tais como eram, tinham que ser atendidos e a obediência auxiliava o trabalho do Sanador.
Quando Naamã foi a Eliseu, acreditando que o profeta iria fazer um grande passe de mágica e cerimônias para livrá-lo das suas manchas de lepra, ficou decepcionado. E quando o profeta lhe disse: "Vai e banha-te sete vezes no Rio Jordão", ficou irritado até o ponto de gritar: "Não temos grandes rios na Assíria? Por que tenho que lavar-me no Jordão? Que tolice!" Faltava-lhe o espírito de submissão, absolutamente necessário para que o serviço pudesse ser feito e podemos afirmar que se persistisse, jamais teria ficado sanado pelo Cristo da sua enfermidade. Tampouco seriam sanados pelo Cristo os enfermos, se não obedecessem e fizessem o que lhes ordenava. Essa é uma Lei da Natureza absolutamente certa. A desobediência produz a enfermidade. A obediência, envolva ela o lavar-se no Jordão ou o estender a mão, mostrará a mudança de ânimo e a pessoa ficará em situação de receber o bálsamo que pode vir por intermédio do Cristo ou por intermédio de outra pessoa, conforme o caso. Em primeiro lugar, em todos os casos, as forças curadoras provêm do Pai que está nos Céus, que é o Grande Médico.
Existem três fatores no processo de sarar: primeiro, o poder de nosso Pai Celestial; a seguir, o sanador, e por fim o ânimo obediente do paciente sobre o qual possa agir o poder do Pai por intermédio da pessoa que sana, de tal forma que dissipe todas as enfermidades corporais.
Compreendamos em seguida que todo o Universo está impregnado pelo Poder do Pai, sempre à nossa disposição para sanar todas as enfermidades, de qualquer natureza que sejam: isto é absolutamente certo.
O sanador é o foco, o veiculo por cujo intermédio se infunde a energia no corpo do paciente. Se for um instrumento adequado, consagrado, harmonioso, real e bem harmonizado com o Infinito, não há limites para as obras maravilhosas que o Pai realizará por seu intermédio quando a oportunidade se apresentar a um paciente suficientemente receptivo e de mente obediente.
Max Heindel
Princípios Ocultos de Saúde e Cura
Adquira a versão impressa deste livro na
Loja Virtual da Fraternidade Rosacruz Sede Central do Brasil
[Home] [Fundamentos] [Atividades] [Literatura] [Temas Rosacruzes ] [Biblioteca Online] [Max Heindel] [Informações]
Fraternidade Rosacruz Max Heindel - Centro Autorizado do Rio de Janeiro
Rua Enes de Souza, 19 Tijuca, Rio de Janeiro, R.J. Brasil 20521-210
Telefone celular: (21) 9548-7397 - E-mail: rosacruzmhrio@gmail.com
Filiada a Rosicrucian Fellowship
2222 Mission Avenue, Oceanside, CA 92054-2399, USA PO Box 713, Oceanside, CA 92049-0713, USA (760) 757-6600 (voice), (760) 721-3806 (fax)
Copyright(c) The Rosicrucian Fellowship. All rights reserved.
_________________________________________________________________________________________________________________________________