Primeira Parte
O HOMEM E SEUS VEÍCULOS
CAPÍTULO I
O CORPO DENSO
Introdução
A Ciência Oculta ensina que o homem é um ser complexo que possui:
1 – Um Corpo Denso, que é instrumento visível que emprega neste mundo para atuar e mover-se. É o corpo que normalmente é considerado como o "homem".
2 – Um Corpo Vital, composto de éter, que interpenetra o corpo visível, da mesma forma que o éter interpenetra todas as outras formas, com a exceção de que o ser humano especializa maior quantidade de éter universal do que as outras formas. Este corpo etéreo é nosso instrumento de especialização da energia vital do Sol.
3 – Um Corpo de Desejos pelo qual se expressa a nossa natureza emocional. Este veículo, mais sutil, interpenetra tanto o corpo físico como o corpo vital. O clarividente o vê estendendo-se cerca de 40 cm. além do corpo visível, o qual está situado no centro desta nuvem oval, tal como a gema se encontra no centro do ovo.
4 – A Mente que é um espelho que reflete o mundo exterior e permite ao Ego transmitir suas ordens por pensamentos e palavras, compele também à ação.
O Ego é o tríplice Espírito que utiliza estes veículos para acumular experiências na escola da vida.
Evolução
O corpo denso foi o primeiro veículo construído tendo, por conseguinte, passado por grande período de Evolução. Está atualmente no seu quarto estágio de desenvolvimento e alcançou maravilhoso grau de eficiência e oportunamente atingirá a perfeição. É o mais organizado dos veículos do homem. É um instrumento maravilhosamente construído e deve ser reconhecido como tal por todo aquele que desejar ter qualquer conhecimento da constituição do homem.
O germe do corpo denso foi dado pelos Senhores da Chama durante a primeira Revolução do Período de Saturno, o primeiro dos Sete Grandes Dias de Manifestação, de acordo com os Ensinos Rosacruzes. Este germe foi algo desenvolvido durante o restante das seis primeiras Revoluções, tendo-se-lhe conferido a capacidade de desenvolver os órgãos dos sentidos, particularmente o ouvido. Daí ser o ouvido o órgão mais desenvolvido que possuímos.
Na primeira metade da Revolução de Saturno do Período Solar, ou seja, o Segundo dos Sete Grandes Dias de Manifestação, os Senhores da Chama se ocuparam em realizar certas melhoras no germe do corpo físico. Tornou-se necessário efetuar determinadas mudanças nele, de modo que pudesse ser interpenetrado por um corpo vital, dando-lhe ao mesmo tempo a capacidade de desenvolver as glândulas e um canal alimentar. Isto foi conseguido pela ação conjunta dos Senhores da Chama e dos Senhores da Sabedoria.
Na primeira Revolução do Período Lunar, ou seja, a Revolução de Saturno desse Período que constitui o Terceiro dos Sete Grandes Dias de Manifestações, os Senhores da Sabedoria cooperaram com os Senhores da Individualidade na reconstrução do germe do corpo denso. Este germe já desenvolvera órgãos sensoriais embrionários, órgãos digestivos, glândulas, etc., e estava interpenetrado por um corpo vital em início de desenvolvimento. É evidente que não era visível nem sólido como o é atualmente, porém, embora em forma rudimentar, estava já um tanto organizado. No Período Lunar foi necessário reconstruí-lo e torná-lo capaz de ser interpenetrado por um Corpo de Desejo bem como desenvolver um sistema nervoso, os músculos, as cartilagens e um esqueleto rudimentar. Esta reconstrução foi a obra realizada durante a Revolução de Saturno do Período Lunar. Os seres lunares não eram tão simplesmente germinais como nos Períodos precedentes. Para o clarividente desenvolvido aparecem suspensos por cordões na atmosfera de névoa-ígnea, como o embrião pende da placenta pelo cordão umbilical. Correntes que proviam certa espécie de nutrição, fluíam da atmosfera por esses cordões.
Quando a Terra surgiu do caos, no começo do Período Terrestre, estava na etapa vermelho-escuro que conhecemos como a Época Polar. Nessa ocasião a humanidade evoluiu primeiramente um corpo denso, cujo germe havia sido dado pelos Senhores da Chama na Primeira Revolução do Período de Saturno. Não era, evidentemente, como o nosso corpo atual. Quando a Terra passou ao estado ígneo, na Época Hiperbórea, o corpo vital foi agregado e o ser humano converteu-se em algo semelhante às plantas, isto é, tinha os mesmos veículos que tem as plantas atualmente. Possuía também um certo grau de consciência semelhante ao dos atuais vegetais, que melhor qualificaríamos como a inconsciência parecida à que temos durante o sono sem sonhos, quando os corpos denso e vital permanecem no leito.
Naquele tempo, na Época Hiperbórea, o corpo do homem era como um grande saco de gás que flutuava fora da Terra ígnea e emitia de si uns esporos vegetais que logo cresciam e eram utilizados pelas entidades que vinham ao mundo. O homem era, então bissexual: um hermafrodita.
Na Época Lemúrica, quando a Terra havia esfriado e algumas ilhas ou crostas começavam a formar-se no meio dos mares ferventes, o corpo humano solidificou-se um pouco e foi ficando mais parecido com o que é atualmente. Era de forma similar à dos macacos, com um tronco muito curto e pequeno e braços e pernas enormes, com os calcanhares projetados para trás. Quase não tinha cabeça pois a parte superior da mesma faltava-lhe completamente. O homem vivia em uma atmosfera de vapor que os ocultistas chama névoa-ígnea e não tinha pulmões pois respirava por meio de "tubos". Tinha guelra como ainda se observa no embrião humano enquanto passa pela etapa antenatal que corresponde a essa Época. Não tinha sangue quente e vermelho porque naquela época o Espírito não estava individualizado. Possuía, no interior, um órgão parecido com uma bexiga que inflava com o ar quente, que o ajudava a pular sobre os enormes abismos que se abriam quando as erupções vulcânicas destruíam a terra em que vivia. Da parte posterior da cabeça se projetava um órgão que atualmente se retraiu para o interior. A esse órgão, os anatomistas, chamam glândula pineal ou impropriamente o terceiro olho embora jamais fosse realmente um olho, mas um órgão localizador de sensação. Faltava sensibilidade ao corpo, porém, quando o homem se aproximava demasiado de uma cratera vulcânica, aquele órgão registrava o calor e o impelia a fugir antes que seu corpo fosse destruído.
Naquele tempo o corpo já se solidificara tanto que era impossível ao homem continuar a propagar-se por meio de esporos, tornando-se necessário o desenvolvimento de um órgão do pensamento, um cérebro. A força criadora que hoje empregamos para construir trens, navios, etc., no plano físico era empregada então na construção dos órgãos internos. Com todas as forças, era positiva e negativa. Um pólo foi dirigido para cima, para formar o cérebro, e o outro pólo ficou disponível para a criação de outros corpos. Desta maneira o homem deixou de ser uma unidade criadora completa, sendo necessário buscar seu complemento exteriormente.
Na última parte da Época Lemúrica a forma do homem era ainda muito plástica. O esqueleto já se havia formado e o homem tinha grande poder para modelar a carne de seu próprio corpo, assim como a dos animais que o circundavam.
Naquele tempo, ao nascer, o homem podia ouvir e sentir as coisas. Contudo, sua percepção da luz veio mais tarde. Os Lemurianos não tinham olhos. Tinham dois pontos sensitivos que eram afetados pela luz do Sol quando este brilhava, amortecidamente, através da atmosfera ígnea e nebulosa da Lemúria, porém só no final da Época Atlante, adquiriu a vista como a temos hoje.
Sua linguagem consistia em sons como os da Natureza. O sussurro do vento nos bosques imensos que então existiam e cresciam com exuberância naquele clima quente saturado de umidade, o murmúrio do arroio, o rugido da tempestade, o troar das cascatas, os estrondos dos vulcões, todos estes sons eram para o ser humano como vozes dos deuses dos quais sabia ser descendente.
Do nascimento do seu corpo, nada sabia. Não podia ver seu corpo nem nenhuma outra coisa, porém podia perceber seus semelhantes. Esta percepção era, todavia, interior, como o é nossa percepção das pessoas e coisas durante o sonho, mas uma diferença importantíssima: suas percepções eram claras racionais.
Mas "quando seus olhos se abriram" (como se conta na história da Queda) e sua consciência se dirigiu para os fatos do Mundo Físico, tudo mudou. A propagação passou a ser dirigida, não pelos Anjos, mas pelo próprio ser humano, que não conhecia a ação das forças solares e lunares. Sua consciência focalizou-se no Mundo Físico, embora as coisas não fossem divisadas com a clareza e nitidez que se produziram na última parte da Época Atlante. Aos poucos foi conhecendo a morte, gradualmente, devido à solução de continuidade que se produzia em sua consciência ao passar para os mundos superiores ao morrer, ou ao retornar ao mundo físico ao renascer.
Todavia, o que dissemos acerca da iluminação dos Lemurianos aplica-se somente a uma minoria dos que viveram na última etapa daquela Época. Estes foram a semente das sete raças Atlantes. A maior parte dos Lemurianos era semelhante aos animais e os corpos habitados por eles degeneraram nos dos selvagens e antropóides atuais.
Na Época Atlante, que se seguiu à Lemúrica, o homem era muito diferente de tudo quanto existe na terra atualmente. Tinha cabeça, porém quase não tinha fronte. Seu cérebro carecia de desenvolvimento frontal e sua testa era inclinada para trás desde o ponto que se encontrava sobre os olhos. Comparada com nossa atual humanidade, a de então era gigantesca, tendo os braços e as pernas desproporcionadamente longos em relação ao resto do seu corpo. Em vez de caminhar, avançava por meio de uma série de pulos semelhantes aos do canguru. Tinha olhos pequenos e pestanejantes e o cabelo era de secção redonda. Esta última peculiaridade, se outras não houver, distingue os descendentes das raças atlantes que estão entre nós atualmente. Seu cabelo era liso, brilhante, preto e de secção redonda. O cabelo dos arianos, embora defira em cor, é sempre de secção ovalada. As orelhas dos atlantes ficavam muito mais para trás, na cabeça, do que as dos Arianos.
Os veículos superiores dos primitivos atlantes não estavam em posição concêntrica relativamente ao corpo físico, como acontece conosco. Seu espírito era ainda interno, pois se encontrava parcialmente fora e não podia, portanto, controlar seus veículos com a mesma facilidade que tem agora que se encontra dentro. A cabeça do corpo vital se encontrava fora, bem mais para cima do que a cabeça física. Há um ponto entre as sobrancelhas, cerca de 13 milímetros abaixo da pele, que tem um seu correspondente no corpo vital. Quando esses dois pontos coincidem, como acontece no ser humano hoje, formam a sede do espírito interior no homem.
Devido à distância entre esses dois pontos, a percepção ou visão do atlante era muito mais aguda nos Mundos Internos do que no Mundo Físico denso, que estava obscurecido por sua atmosfera espessa e nevoenta. Com o decorrer do tempo, todavia, a atmosfera aos poucos ficou mais clara e ao mesmo tempo o ponto mencionado do corpo vital foi-se aproximando do ponto correspondente do corpo físico, até se unirem no último terço da Época Atlante.
Os Rmoahals foram a primeira das Raças Atlantes. Tinham muito pouca memória e esse ponto estava relacionado com as sensações. Lembravam-se das cores e sons, e assim, até certo ponto, foram desenvolvendo as sensações. Com a memória, vieram aos Atlantes os rudimentos da linguagem. Começaram a criar as palavras e foram abandonando o emprego de simples sons, como faziam os Lemurianos ao dar nomes às coisas.
Os Tlavatlis foram a segunda Raça Atlante. Estes começaram a sentir seu verdadeiro valor como seres humanos separados. Tornaram-se ambiciosos; queriam que suas obras fossem lembradas. A memória tornou-se um fator na vida da comunidade. Assim começou o culto aos antepassados.
Os Toltecas constituíram a terceira Raça Atlante. Inauguraram a Monarquia e a Sucessão Hereditária, originando-se assim o costume de honrar os homens pelos atos dos seus antepassados. A experiência tornou-se de grande valor e a memória desenvolveu-se a um grau muito elevado.
No terço médio da Época Atlante encontramos o começo das nações separadas. A seu tempo, os reis sentiram-se ébrios de poder e começaram a usá-lo corrompidamente para fins egoístas e engrandecimento pessoal, em vez de usá-lo para o bem comum.
Os Turânios Originais constituíram a quarta Raça Atlante. Eram vis no seu egoísmo e erigiram templos nos quais os reis eram adorados como Deuses.
Os Semitas Originais foram a quinta e mais importante das sete Raças Atlantes, porque neles encontramos os primeiros germes das qualidades corretivas do pensamento. Daí a Raça Semita Original ter-se convertido na "raça-semente" das sete raças da Época Ariana. Foram os primeiros a descobrir que o cérebro é superior à força muscular. Durante a existência desta Raça, a atmosfera da Atlântida começou a clarear e o já mencionado ponto do corpo vital entrou em correspondência exata com seu similar no corpo denso. A combinação desses acontecimentos permitiu ao ser humano começar a ver os objetos nitidamente, com seus contornos definidos, porém, foi também a causa da perda da visão dos mundos internos.
Os Acádios constituíram a sexta e os Mongóis a sétima das Raças Atlantes. Ambas desenvolveram ainda mais a faculdade do pensamento, embora seguissem uma linha de raciocínio que as desviava da rota seguida pela vida em desenvolvimento. À medida que as espessas neblinas da Atlântida se iam condensando, as águas se avolumavam e inundavam gradualmente o continente, destruindo a maior parte da população bem como as provas materiais de sua civilização.
O Cérebro e o Sistema Nervoso
Na Revolução de Saturno do Período Terrestre o corpo denso adquiriu a capacidade de desenvolver o cérebro, convertendo-o assim em veículo para o germe da mente que seria agregada posteriormente. Foi-lhe fornecido o impulso para formar a parte frontal do cérebro. O cérebro e o sistema nervoso são a expressão mais elevada do corpo de desejos. São eles que recolhem e transmitem as imagens do mundo exterior, mas neste processo de imagens mentais em formação, o sangue é que leva o material necessário. Por isso, quando o pensamento está em atividade, o sangue flui para a cabeça.
Como o cérebro é o elo entre o Espírito e o mundo exterior, o homem nada poderá saber a não ser por seu intermédio. Os órgãos dos sentidos servem apenas para captar-lhe as sensações do mundo exterior, mas é o cérebro que coordena e interpreta esses impactos. O Espírito, ajudado pelos Anjos, formou o cérebro para adquirir conhecimento do Mundo Físico. Quando o Ego entrou na posse dos seus veículos, tornou-se necessário que usasse uma parte da sua força criadora para a construção do cérebro e da laringe. Os Lucíferos são os instigadores de todas as atividades mentais, graças à parte da energia sexual que é levada para cima para agir no cérebro. Desta maneira, a entidade em evolução obteve o conhecimento cerebral do mundo exterior à custa da metade do seu poder criador.
Os fisiólogos descobriram que certas regiões cerebrais são destinadas a atividades mentais particulares e a frenologia levou este conhecimento mais longe. Sabe-se agora que o pensamento destrói os tecidos nervosos. Tanto este como os demais desgastes de corpo são reparados pelo sangue. Quando, pelo desenvolvimento, o coração se converter em um músculo voluntário, a circulação do sangue ficará sob o controle absoluto do unificante Espírito de Vida que então terá o poder de impedir que o sangue aflua àquelas áreas da mente que se dediquem a propósitos egoístas. Como resultado, esses centros particulares de pensamento irão se atrofiando gradualmente.
O conhecimento cerebral, com seu egoísmo concomitante, foi adquirido pelo ser humano à custa do poder de criar sozinho. Adquiriu seu livre arbítrio à custa da dor e da morte. Mas uma vez que o homem aprenda a utilizar o seu intelecto em benefício da humanidade, adquirirá poder espiritual sobre a vida, e além disso, será guiado por um conhecimento inato de natureza muito mais elevada do que a consciência cerebral tão superior, quanto esta o é da mais inferior consciência animal. No melhor dos casos o cérebro não é mais do que um instrumento para obter conhecimento indireto e será sobrepujado pelo contato direto com a Sabedoria da Natureza que o homem poderá então utilizar para a criação de novos corpos sem nenhuma cooperação.
No Período Lunar foi necessário reconstruir o corpo denso para que pudesse ser interpenetrado por um corpo de desejos e também para que pudesse desenvolver um sistema nervoso, os músculos, as cartilagens e um esqueleto rudimentar. Esta reconstrução foi a obra da Revolução de Saturno do Período Lunar.
A reconstrução do corpo denso na Revolução de Saturno do Período Terrestre deu o primeiro impulso à divisão incipiente do sistema nervoso que desde então tornou-se aparente em suas subdivisões: o sistema voluntário e o sistema simpático. Este último foi o único que se desenvolveu no Período Lunar. O sistema nervoso voluntário (que transformou o corpo físico de simples autômato acionado por estímulos externos neste instrumento adaptável e extraordinário, capaz de ser guiado e controlado por um Ego, do seu interior) só foi acrescentado no atual Período Terrestre.
Quando houve a divisão entre o Sol, a Lua e a Terra nos primeiros tempos da Época Lemúrica, a parte mais desenvolvida da humanidade em formação experimentou uma divisão no corpo de desejos, formando-se uma parte superior e outra inferior. Aconteceu o mesmo com o resto da humanidade, porém só na primeira parte da Época Atlante. Esta parte superior do corpo de desejos converteu-se numa espécie de alma animal. Construiu o sistema nervoso cérebro-espinhal e os músculos voluntários, por cujo intermédio controlava a parte inferior do tríplice corpo, até que foi obtido o elo da mente.
Parte do sistema muscular involuntário é controlado pelo sistema nervoso simpático.
O assento do Espírito Humano está primariamente na glândula pineal e secundariamente no cérebro e no sistema nervoso cérebro-espinhal que controla os músculos voluntários.
O Sangue
O estudo do sangue é muito profundo e transcendental, qualquer que seja o ponto de vista em que o analisemos. Lúcifer teve razão quando disse que "o sangue é uma essência muito especial". É essa essência que forma o corpo físico desde o momento em que o átomo-semente é depositado no óvulo, até que se produza a ruptura do cordão prateado, terminando a existência material. Sendo um dos mais elevados produtos do corpo vital, é ele que leva a nutrição a todas as partes do corpo. É o veículo direto do Ego, injetando-se nele todo pensamento, sentimento ou emoção transmitidos aos pulmões.
Durante a infância, até os quatorze anos, a medula óssea não forma todos os corpúsculos sangüíneos. A maioria dele é formada pela glândula timo que é muito grande no feto e diminui gradualmente de tamanho conforme a faculdade individual de criar seu próprio sangue vai aumentando na criança. A glândula timo contém por assim dizer, uma reserva de corpúsculos sangüíneos fornecidos pelos pais e, conseqüentemente, a criança que extrai seu sangue desta fonte, não poderá pensar de si mesma como "eu". Quando a glândula timo desaparece aos quatorze anos de idade, o sentimento do "eu" alcança toda a sua expressão porque então o sangue é fabricado e dominado completamente pelo Ego. O seguinte esclarecerá este conceito e demostrará sua lógica:
Lembremos que a assimilação e o crescimento dependem das forças que agem sobre o pólo positivo do éter químico do corpo vital. Este éter é liberado aos sete anos, quando nasce o corpo vital. Somente o éter químico está completamente maduro nessa idade pois os outros éteres necessitam um pouco mais de tempo. Aos quatorze anos o éter de vida do corpo vital, que é o que age na propagação, está completamente maduro. No período que transcorre dos sete aos quatorze anos de idade, a assimilação excessiva vai acumulando um excesso de energia que se dirige aos órgãos sexuais e fica disponível quando o corpo de desejos é libertado.
Esta força sexual é acumulada no sangue durante o terceiro dos períodos setenários e, nesse tempo, o éter de luz, que é o condutor do calor sangüíneo, desenvolve-se e controla o coração, de modo que o calor do corpo não seja demasiado elevado, nem excessivamente baixo. Na primeira infância o sangue pode atingir uma temperatura anormal. Durante o período de crescimento excessivo pode ocorrer o contrário e na juventude ardente e descontrolada, a paixão e o mau gênio, amiúde, fazem o Ego retirar-se devido ao demasiado aquecimento do sangue. Muito apropriadamente dizemos então que o indivíduo está "fervendo" e que a pessoa em questão "perde a cabeça", ou seja, fica incapaz de raciocinar. É isso exatamente o que acontece quando a paixão, a ira ou o temperamento sobreaquecem o sangue, expulsando o Ego dos seus corpos. O Ego encontra-se fora dos seus veículos e estes agem desordenadamente, livres da influência orientadora do pensamento, cujo trabalho, em parte, consiste em agir como um freio dos impulsos.
Somente o homem que se mantém sereno e não permite que o excesso de calor o expulse do corpo, pode pensar adequadamente.
Como prova da afirmação de que o Ego não pode agir no corpo quando o sangue está demasiado quente ou demasiado frio, chamamos a atenção para o fato bem conhecido de que o calor excessivo torna a pessoa sonolenta e se passa de certo limite, chega até a expulsar o Ego, ficando o corpo inconsciente. O Ego só pode utilizar o sangue como veículo de consciência quando este está em sua temperatura normal ou próximo dela.
O rubor da vergonha é uma evidência da forma pela qual o sangue flui à cabeça, sobreaquecendo o cérebro e paralisando o pensamento. O medo é um estado em que o Ego quer proteger-se contra algum perigo exterior. Para isso atrai todo o sangue para o centro e o rosto empalidece porque o sangue abandonou a periferia do corpo e perdeu calor, paralisando também o pensamento. Nas febres o excesso de calor causa o delírio.
A pessoa sangüínea é ativa, física e mentalmente, quando seu sangue não está demasiado quente, ao passo que as pessoas anêmicas são sonolentas.
Em umas, o Ego tem maior controle, em outras, menor. Quando o Ego quer pensar, faz afluir sangue à temperatura adequada ao cérebro. Quando uma refeição copiosa centraliza as atividades do Ego no aparelho digestivo, o homem não pode pensar: fica sonolento.
Os antigos noruegueses e os escoceses sabiam que o Ego está no sangue. Nenhum estrangeiro podia estabelecer parentesco com eles a menos que misturasse seu sangue com o deles, convertendo-se, assim em um do grupo.
Nos descendentes das famílias patriarcais – Adão, Matusalém, etc. – o sangue que corria por suas veias continha as imagens de tudo o que havia ocorrido aos seus antecessores. Essas imagens estavam constantemente ante a visão interior de cada um deles, já que naquele tempo, não tinham visão exterior. Atualmente o sangue de cada indivíduo contém somente as imagens de suas próprias experiências individuais e a mente subconsciente tem acesso a elas. Até o tempo em que o matrimônio fora da família começou, os indivíduos eram dirigidos por um Espírito Familiar (Anjo) que penetrava em seu sangue por meio do ar inspirado e ajudava cada Ego a controlar seus veículos. Quando teve início a prática do matrimônio fora da família, os Egos haviam chegado a tal ponto de Evolução da consciência própria que podiam depender completamente de si mesmos e deviam deixar de ser autômatos guiados pelos deuses, convertendo-se em indivíduos, capazes de governarem-se a si mesmos. Quanto maior é a mistura de sangue tanto menos influenciável é o Ego individual pelo Espírito de Raça ou de Família.
O sangue puro, sem mistura, nos deu o auxílio ancestral quando dele necessitávamos. O sangue misturado criou a independência de qualquer ajuda exterior. Um Deus (criador) tem que ser independente.
O calor do sangue é o campo do Ego e os Espíritos Lucíferos de Marte ajudam a manter este calor, dissolvendo em nosso sangue o ferro, metal marciano, para atrair o oxigênio, que é um elemento solar.
O calor adequado para a expressão real do Ego não está presente até que a Mente não nasça da Mente Concreta Macrocósmica, quando o indivíduo chega aos vinte e um anos de idade. As leis humanas também reconhecem que esta é a idade em que o homem adquire a maioridade.
Nas espécies inferiores dos animais o sangue é fluido e nucleado. Os núcleos, que são centros de vida, são o ponto de apoio de um Espírito Grupo. Por meio dos núcleos sangüíneos o Espírito Grupo dirige os animais e regula seus processos vitais. Durante a primeira parte do período gestatório, o sangue do feto é também nucleado pela vida da mãe, sendo ela que regula os processos de formação do corpo. Mas, logo que o Ego entra no corpo da mãe, começa a impor sua individualidade e a resistir à formação de células sangüíneas nucleadas. As células velhas vão desaparecendo gradualmente, de modo que quando o cordão prateado é ligado ao produzir-se a vivificação e o Ego penetra em seu corpo, todos os núcleos já desapareceram e o Ego passa a ser o autocrata absoluto do seu novo veículo, herança mais preciosa do que qualquer outra posse terrestre. Esta herança, se usada devidamente, é o único meio para gerar poder anímico e amontoar riquezas no céu. Quando abandonamos este veículo ao controle de outros Espíritos, dificultamos seriamente nossa evolução e cometemos grande pecado.
Vemos pois que o sangue é o veículo particular do Ego e assim como nos passados Eons de desenvolvimento cristalizamos a matéria a fim de formar nosso corpo denso, assim também está destinado que agora eterializemos nossos veículos a fim de podermos espiritualizar, tanto a nós, como a todo o mundo material. Portanto, naturalmente, o Ego trata em primeiro lugar de fazer o sangue gasoso. A visão espiritual, este sangue vermelho, não nucleado, não é um fluido mas um gás. De nada vale o argumento de que no mesmo instante em que picamos a pele o sangue sai como líquido, porque também quando abrimos o registro de uma caldeira, o vapor que por ele escapa se condensa, liquefazendo-se. Se fizermos uma máquina a vapor, de vidro e observarmos como nela o vapor trabalha, veremos que os êmbolos se movem para diante e para trás, impelidos por um agente invisível, o vapor vivo. E assim como o vapor vivo da caldeira é invisível e gasoso, assim também o sangue vivo do corpo humano é um gás e quanto mais elevado é o estado de desenvolvimento de um Ego, tanto mais etéreo e sutil será o seu sangue.
Quando pelos processos vitais o alimento alcança o mais elevado estado alquímico, tem começo o processo de condensação e o gás sangüíneo forma os tecidos dos vários órgãos para substituir os que tenham sido deteriorados ou destruídos pelas atividades corporais. O Baço é a entrada das forças do corpo vital. Por ele entram, em corrente contínua, as forças solares que abundam na atmosfera para nos ajudar nos processos vitais, e é justamente no baço onde se trava com maior energia, a batalha entre o corpo de desejos e o corpo vital. Os pensamentos de temor, de ira e de preocupação, interferem nos processos de evaporação no baço. Forma-se uma partícula de plasma, da qual se apodera um pensamento elemental que forma um núcleo e nele se incorpora. Começa então uma vida de destruição aliando-se a outros produtos ou elementos de desgaste, fazendo do corpo um depósito de resíduos, um ossário, em vez do templo do Espírito Vivo. Por isso podemos dizer que todo corpúsculo branco que tenha sido apropriado por uma entidade exterior é, para o Ego uma oportunidade perdida. E quanto maior for o número dessas oportunidades perdidas, tanto menor é o controle do Ego sobre o corpo. Por isso os encontramos em maior quantidade em um corpo doente do que em um saudável. Pode-se dizer também que a pessoa de natureza jovial e devotadamente religiosa e que tem absoluta fé e confiança na Divina Providência e Amor de Deus, tem um coeficiente de oportunidades perdidas ou corpúsculos brancos muito menor do que as que estão sempre se preocupando ou que vivem inquietas.
Assim é, pois, que a única parte do corpo que é realmente nossa, é o sangue. O grau de capacidade do Ego em exprimir-se por meio do corpo, indica o controle que tem sobre o sangue. O Ego só pode agir por intermédio dos corpúsculos vermelhos. Toda vez que nos deixamos dominar negativamente, elaboramos corpúsculos brancos os quais, como já vimos, não são os "policiais do sistema", como acredita a ciência, mas destruidores.
Quando o sangue circula pelas artérias profundas do corpo, é um gás, como dissemos, porém, a perda de calor que se produz na superfície do corpo faz com que se condense parcialmente e justamente nessa substância o Ego está aprendendo a formar cristais minerais. A ciência descobriu recentemente que o sangue de diferentes pessoas contém cristais diferentes, de modo que é possível distinguir-se o sangue de um negro de um branco. Chegará, porém, o tempo em que se conhecerão ainda maiores diferenças porque da mesma maneira que há diferenças entre os cristais formados pelas diferentes raças, também as há entre os formados pelos diferentes indivíduos.
Encarando o assunto sob outro ponto de vista, observamos que quando o sangue é batido com um bastonete, se separa em três distintas substâncias: o soro, ou seja, uma substância aquosa, subordinada a Câncer e regida pela Lua (Hierarquia Lunar); a substância corante vermelha, que é a substância marciana gerada por Escorpião; e a mais importante de todas, a fibrina, substância filamentosa, que está sob a influência do terceiro signo aquoso, Piscis. Quando o esqueleto estava por fora da carne, a consciência era muito obscura, como nos crustáceos. Estando fora da estrutura óssea tivemos um grau de consciência muito mais elevado e quando espiritualizarmos o esqueleto interno que temos, por meio do sangue, extrairemos a essência de tudo o que aprendemos nas Épocas passadas e a transmutaremos em poder anímico que empregaremos no Período de Júpiter. Interferir nesta obra é cometer um crime contra a alma.
Tendo a mulher um corpo vital positivo, amadurece antes que o homem e as partes do corpo que têm certa semelhança com as plantas, como o cabelo, crescem mais luxuriante e abundantemente. Naturalmente, um corpo vital positivo gera mais sangue do um corpo vital negativo, como o que possui o homem, e daí haver na mulher uma pressão sangüínea maior, da qual tem necessidade de livrar-se mediante o fluxo mensal, produzindo-se, ao cessar este na idade crítica, uma espécie de segundo crescimento na mulher, que adquire os caracteres de matrona.
Os impulsos do corpo de desejos impelem o sangue através de todo o sistema, com diferentes velocidades, de acordo com a força das emoções. Como a mulher tem excesso de sangue, age sob pressão muito maior do que o homem, e embora esta pressão diminua durante o fluxo mensal, há momentos em que ela necessita de uma válvula extra: são as lágrimas que na realidade constituem uma hemorragia branca que serve para dar saída ao fluído excessivo. O homem, embora seja capaz de sentir emoções tão fortes como a mulher, não é tão propenso às lágrimas porque não tem mais sangue do que o que pode utilizar confortavelmente.
O sangue tem agora constituição diferente da que tinha nas primeiras etapas da evolução humana. No Batismo via-se o Espírito de Cristo descer ao corpo de Jesus enquanto o espírito de Jesus abandonava o seu corpo. Ficou Jesus com a missão de guiar as igrejas enquanto seu corpo estava sendo utilizado por Cristo para difundir seus ensinos. O sangue de Jesus estava sendo preparado para servir como um "abre-te Sesámo" para o reino de Deus.
Quando se mata alguém, o sangue venoso, com suas impurezas, adere firmemente à carne e, portanto, o sangue arterial que flui é evidentemente mais puro e limpo do que seria de outra forma. Tendo sido eterificado pelo grande Espírito de Cristo, o sangue purificado de Jesus foi derramado sobre o mundo, purificando do egoísmo, em grande extensão, a região etérea, e possibilitando ao ser humano formar e concretizar propósitos e desejos altruístas.
As Glândulas de Secreção Interna
O astrólogo esotérico sabe muito bem que o corpo humano tem atrás de si um imenso período de evolução e que seu esplêndido organismo é o resultado de um lento processo de desenvolvimento gradual que ainda continua e fará com que cada geração seja melhor que a anterior, até que num futuro longínquo, alcance um estado de perfeição que hoje não nos é dado sequer imaginar. Os estudantes de ocultismo sabem também que, além do corpo físico, o homem tem outros veículos sutis, não vistos pela maioria. Todos nós possuímos latente um sexto sentido que quando for devidamente desenvolvido nos dará o conhecimento dessas camadas mais finas da alma.
Esses veículos sutis são: corpo vital; formado de éteres, o corpo de desejos, constituído por matéria de desejo ou seja o material por meio do qual elaboramos sentimentos e emoções que com a adição da "capa" mental e do corpo Físico completa-se o que podemos denominar a personalidade, a qual é a parte evanescente do Espírito imortal. Esses veículos são empregados pelo Espírito para sua expressão. Os veículos sutis interpenetram o corpo denso, da mesma forma que o ar interpenetra a água, e tem domínio particular sobre certas partes dele, porque o corpo físico, em si, é como uma cristalização dos veículos sutis, de acordo com o mesmo processo pelo qual as substâncias fluídicas do corpo do caracol vão se cristalizando gradualmente ate converterem-se na concha dura que leva sobre as costas. Para os fins a que nos propomos nesta dissertação, podemos dizer, em linhas gerais que as partes moles do corpo, que comumente chamamos "carne", podem dividir-se em duas classes: as glândulas e os músculos.
O corpo vital teve sua origem no Período Solar. A cristalização que foi produzindo-se a partir daquele tempo, nesse veículo, é o que atualmente chamamos glândulas. No momento, essas glândulas e o sangue são as manifestações especiais do corpo vital dentro do corpo físico. Portanto, em termos gerais, podemos dizer que as glândulas, em conjunto, são regidas pelo Sol que é o doador de vida, e pelo grande e benéfico Júpiter. As funções do corpo vital são: formar e restaurar o tônus dos músculos, quando em tensão e cansados pelo trabalho que lhes impõe o incansável corpo de desejos. Como o Corpo de Desejos começou a germinar no Período Lunar, os músculos são regidos pela errante Lua – que é o ponto de apoio dos Anjos, ou seja, a humanidade do Período Lunar – e também pelo impulsivo e turbulento Marte, onde habitam os assim chamados "Anjos caídos", os Espíritos Lucíferos. Dizemos isto de modo muito generalizado porque os estudantes devem notar com cuidado que as glândulas, individualmente, e certos grupos de músculos são governados por outros planetas. Seria como dizer que todos os que vivem nos Estados Unidos da América são cidadãos daquele país, porém alguns estão sujeitos particularmente às leis da Califórnia, outros às do Maine, etc.
Conhecemos o aforismo hermético que diz "Assim como é em cima, é em baixo" que é a chave mestra de todos os mistérios. E da mesma maneira que existem na Terra – o Macrocosmo – inúmeros lugares por explorar, também existem no microcosmo do corpo muitas coisas desconhecidas que são como um livro selado para os exploradores cientistas. Entre essas coisas, está, principalmente, um pequeno grupo de glândulas chamadas de "secreção interna", sete em número, a saber:
O Corpo Pituitário, regido por Urano.
A Glândula Pineal, regida por Netuno.
A Glândula Tiróide, regida por Mercúrio.
A Glândula Timo, regida por Vênus.
O Baço, regido pelo Sol.
As duas Supra-renais, regidas por Júpiter.
Estas glândulas são de grande e particular interesse para os ocultistas, e em certo sentido, podem chamar-se as "Sete Rosas" sobre a Cruz do corpo, porque estão intimamente relacionadas com o desenvolvimento oculto da humanidade. Quatro delas, a Timo, o Baço e as Supra-renais, estão relacionadas com a personalidade. O Corpo Pituitário e a Glândula Pineal estão correlacionadas particularmente com o lado espiritual de nossa natureza e a Glândula Tiróide forma o elo entre elas. Sua regência astrológica é a seguinte:
O Baço é a porta de entrada das forças solares que cada ser humano especializa e que passam a circular pelo corpo como o fluido vital, sem o qual ninguém poderia viver. Este órgão, portanto, está governado pelo Sol. As Supra-renais, sob a regência de Júpiter, o grande benefício, exercem um efeito calmante, tranqüilizante e suavizante, quando as atividades emocionais da Lua, Marte ou Saturno destroem o equilíbrio. Quando a mão obstrutora de Saturno provoca melancolia, oprimindo o coração, as secreções das Supra-renais são levadas pelo sangue ao coração e agem como um poderoso estimulante no esforço de manter a circulação, enquanto o otimismo jovial luta contra as preocupações saturninas ou contra o impulso marciano que provoca no corpo de desejos as turbulentas emoções da ira ou da paixão, pondo os músculos tensos e trêmulos, dissipando todas as energias do sistema. Então as secreções das Supra-renais vêm em socorro, pondo em liberdade o glicogênio do fígado em quantidade maior do que a comum para que possa lutar nessa emergência até que o equilíbrio seja recuperado, ocorrendo o mesmo quando se produzem estados de grande tensão e ansiedade. O conhecimento deste fato levou os antigos astrólogos a porem os rins sob o governo de Libra, a Balança, e para evitar toda confusão de idéias diremos que os rins desempenham papel importantíssimo na nutrição do corpo, estando sob a regência de Vênus, planeta regente de Libra. Júpiter, porém, governa as Supra-renais, das quais estamos nos ocupando agora.
Tanto Vênus como sua oitava superior Urano, governam as funções da nutrição e do crescimento, mas de diferentes maneiras e com propósitos distintos. Vênus rege a Timo que é o elo entre os Pais e o filho até que este último atinja a puberdade. Esta glândula está situada diretamente atrás do esterno. Seu tamanho é maior durante a vida pré-natal e na infância, quando o crescimento é mais rápido. Durante esse período o corpo vital da criança realiza um trabalho mais interno porque então ela não está sujeita às paixões nem às emoções geradas pelo corpo de desejos que nasce aproximadamente aos quatorze anos. Porém, durante os anos de crescimento a crianças não pode manufaturar corpúsculos sangüíneos vermelhos, como o adulto, porque o corpo de desejos ainda não nascido nem organizado, não pode agir como condutor para as energias marcianas que assimilam o ferro dos alimentos e os transmutam em hemoglobina. Para compensar esta falta há armazenada na glândula Timo, uma essência espiritual dos pais, e com esta essência, proveniente do amor dos pais, o filho pode realizar temporariamente a alquimia do sangue, até que seu corpo de desejos se torne dinamicamente ativo. Então o glândula Timo se atrofia e a criança tira de seu próprio corpo de desejos a força marciana necessária. A partir desse tempo, em condições normais, Urano, que é a oitava de Vênus e regente do Corpo Pituitário, encarrega-se das funções do crescimento e da assimilação, da forma seguinte:
Sabe-se que todas as coisas, incluindo nossos alimentos, irradiam continuamente pequenas partículas que indicam de onde emanaram, exprimindo, inclusive, sua qualidade. Desta maneira, quando levamos o alimento à boca, uma quantidade dessas partículas invisíveis penetra no nariz e ao excitar o aparelho olfativo, nos indica se o alimento que vamos tomar é adequado ou não, sendo o olfato que nos induz a repelir os alimentos que têm mau odor. Contudo, além dessas partículas que fazem o alimento atraente ou repulsivo por sua ação sobre o aparelho olfativo, há também outras que penetram no osso esfenóide e agem sobre o Corpo Pituitário, provocando a alquimia de Urano, graças à qual forma-se uma secreção que é injetada no sangue. Isto favorece a assimilação por intermédio do éter químico, afetando assim o crescimento e o bem-estar normais do corpo humano durante a vida. Às vezes Urano tem uma influência excêntrica sobre o Corpo Pituitário responsável por certos crescimentos anormais e estranhos que encontramos na natureza.
Além de ser a causa dos impulsos espirituais que geram as já mencionadas manifestações do crescimento físico, Urano, agindo por intermédio do Corpo Pituitário, é também a causa das diferentes fases de crescimento espiritual que ajudam o homem nos seus esforços para penetrar através do véu e alcançar os Mundos Invisíveis. Neste trabalho é, sem dúvida, ajudado por Netuno, o regente da Glândula Pineal. A fim de ficar bem claro este assunto, é preciso estudarmos simultaneamente as funções da Glândula Tiróide, regida por Mercúrio, e as da Glândula Pineal que está sob o domínio de sua oitava superior, Netuno.
Compreendemos facilmente que a Glândula Tiróide está sob o domínio de Mercúrio, o planeta da razão, se analisarmos o efeito que a degeneração desta glândula tem sobre a mente, como se observa no cretinismo e no mixedema. As secreções desta glândula são tão necessárias para o funcionamento normal da mente, como o éter o é para a transmissão da eletricidade, isto é, no plano físico da existência, onde o cérebro transmuta o pensamento em ação. O contato com os Mundos Invisíveis e sua expressão neles depende da capacidade funcional da Glândula Pineal – que é inteiramente espiritual e, por conseguinte, é regida pela oitava de Mercúrio, Netuno, o planeta da espiritualidade – que age conjuntamente com o Corpo Pituitário, regido por Urano.
Os cientistas perderam muito tempo especulando sobre a natureza e o funcionamento destes dois pequenos corpos – o Corpo Pituitário e a Glândula Pineal – sem nenhum resultado, principalmente porque, como disse Mefistófeles, sarcasticamente, ao jovem que queria estudar ciência com Fausto:
"Quem quiser conhecer as cousas vivas e as manuseia,
Procura primeiro o espírito vivente que as anima e o expulsa;
Fica, então com fragmentos inanimados
Porque lhes falta o ESPÍRITO VITAL que as unia."
Ninguém pode, realmente, observar as funções fisiológicas de nenhum órgão nas condições existentes nos laboratórios ou nas mesas de operações, nem na sala de vivissecção ou de dissecação. Para chegar à compreensão necessária é imprescindível ver tais órgãos exercendo suas funções fisiológicas no corpo vivo, o que só pode ser feito por meio da visão espiritual. Existe um certo número de órgãos que estão se desenvolvendo ou se atrofiando. Estes últimos assinalam o caminho já percorrido em nossa evolução, enquanto que os primeiros são os indicadores do nosso desenvolvimento futuro. Existe, todavia, outra classe de órgãos que não estão nem se degenerando nem se desenvolvendo. Encontram-se simplesmente adormecidos, latentes (espiritualmente) no tempo presente. Os fisiológos acreditam que o Corpo Pituitário e a Glândula Pineal estão se atrofiando, porque vêem que esses órgãos estão mais desenvolvidos em algumas formas inferiores de vida, como nos vermes, mas de fato, estão completamente equivocados. Alguns deles suspeitam que a Glândula Pineal está, de alguma forma, relacionada com a mente porque contém, depois da morte, certos cristais cuja quantidade é muito menor nas pessoas mentalmente pouco desenvolvidas do que nas pessoas mais adiantadas. Esta conclusão é exata pois o vidente sabe que o canal espinhal do ser vivo não está cheio de fluido: que o sangue não é líquido e que aquele órgão não contém nenhum cristal enquanto o corpo está vivo.
Fazemos estas afirmações com pleno conhecimento do fato de que o sangue e a essência espinhal são líquidos ao saírem do corpo, vivo ou morto, e que o conteúdo do Corpo Pituitário e da Glândula Pineal parece cristalizado quando se disseca o cérebro. Todavia, a causa é a mesma que faz o vapor de uma caldeira condensar-se imediatamente depois de pôr-se em contato com a atmosfera ou que o metal derretido que sai do crisol se cristalize e solidifique imediatamente ao sair dele.
Essas substâncias são essências puramente espirituais quando se encontram dentro do corpo. São etéricas e a substância que se encontra na Glândula Pineal, vista por meio da visão espiritual, parece luz. Além disso quando um clarividente contempla a Glândula Pineal de outra pessoa que esteja exercendo suas faculdades espirituais, esta luz se apresenta cheia do mais intenso brilho e de uma iridescência que transcende em beleza a maravilhosa combinação de cores da Aurora Boreal. Pode-se dizer também que as funções deste órgão parecem ter mudado no curso da evolução humana. Durante as épocas anteriores à nossa estadia atual na Terra, quando o corpo humano era muito grande e com forma de saco - no qual o Espírito ainda não havia penetrado, mantendo-se apenas como uma presença protetora - existia uma abertura na parte superior do corpo onde estava situada a Glândula Pineal. Era um órgão de orientação que dava o sentido de direção. À medida em que o corpo humano foi se condensando, tornou-se cada vez menos capaz de suportar o intenso calor que havia naquela época. Então, a Glândula Pineal advertia quando o corpo se aproximava demasiado de uma das muitas crateras dos vulcões que existiam na fina crosta terrestre, fazendo com que o Espírito se afastasse dos lugares perigosos. Era um órgão de direção que agia como órgão sensorial e que depois se estendeu por toda a pele do corpo. Isto é uma indicação para o ocultista de que também os outros sentidos, a visão e a audição, serão um dia expandidos de modo idêntico, de forma que poderemos ver e ouvir com todo o corpo, tornando-nos muito mais sensitivos do que agora.
Desde então a Glândula Pineal e o Corpo Pituitário ficaram temporariamente adormecidos (espiritualmente), fazendo com que os homens esquecessem o Mundo Invisível, enquanto aprendem as lições proporcionadas pelo mundo material. O Corpo Pituitário, por vezes, manifesta à influencia uraniana nos crescimentos físicos anormais, criando monstruosidades de diversas espécies. Netuno agindo anormalmente pela Glândula Pineal, é o responsável pelo crescimento anormal do poder espiritual dos curandeiros, feiticeiros e médiuns quando controlados por espíritos maléficos. Quando são normalmente postas em atividade essas duas glândulas facultam com segurança a percepção dos mundos invisíveis enquanto a Tiróide, regida por Mercúrio, o planeta da razão, produz as secreções necessárias para dar equilíbrio ao cérebro.
No futuro as glândulas de secreção interna desempenharão um papel importante e seu desenvolvimento acelerará extraordinariamente a evolução, porque seus efeitos serão principalmente mentais e espirituais. Estamos chegando à Idade de Aquário e o Sol começa a nos transmitir as elevadas vibrações intelectuais desse signo, o que explica as intuições, premonições e transmissões telepáticas tão comuns hoje em dia. Em última análise, tais fenômenos são devidos ao despertar do Corpo Pituitário, regido por Urano, o Senhor de Aquário, e isso se tornará mais manifesto com o decorrer dos anos.
O Sistema Linfático
O sistema Linfático é tubular e está um tanto associado aos capilares que unem as circulações venosa e arterial, terminando nas grandes veias próximas do coração. A linfa que flui por seus canais vai numa direção: o centro da circulação - o coração. Podemos considerar este sistema como uma espécie de pequenos desaguadouros do corpo, porque na realidade, recolhe a água suja dos tecidos, depois de banhá-los na linfa que transporta. Se compararmos os canais a tubulações de drenagem que recolhem a água suja, podemos considerar os gânglios linfáticos, que se encontram ao longo desses canais, como comportas, nas quais a linfa tem que se deter e ser filtrada antes de passar à corrente sanguínea venosa.
Estes gânglios estão situados nos cotovelos, nas axilas, nos espaços popliteos, nas virilhas e especialmente na parte anterior do pescoço (a parte que fica fronteira à vértebra cervical) no abdomem entre as pregas do mesentério que fixa o intestino delgado a coluna vertebral e no peito entre os pulmões, espaço este conhecido como mediastino.
Cada um dos vasos linfáticos passa por um ou mais destes gânglios no seu caminho para as veias. As células linfáticas, como as demais existentes no corpo, não possuem paredes celulares, movendo-se como a medusa na água. Quando a inflamação, em qualquer de suas formas, ataca o corpo humano, todos os líquidos venenosos passam aos canais linfáticos.
Os gânglios podem adoecer devido à natureza venenosa da linfa que se filtra por eles. O sistema linfático é de ação tríplice: recolhe a linfa dos tecidos, o "quilo" do intestinos (depois de elaborado pelo processo da digestão) e, por meio dos gânglios linfáticos, cria as células linfáticas que são semelhantes aos corpúsculos brancos do sangue.
Max Heindel
Princípios Ocultos de Saúde e Cura
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