FILOSOFIA


Os Grandes Fundamentos

No simbolismo cristão o signo da Virgem representa a Mãe Virginal, que se mantém espiritualmente pura mesmo depois de dar à luz. No Tabernáculo do Deserto a Virgem está representada pelos «pães», produzidos pela mão do homem ao trabalhar com o que Deus lhe deu. Nas obras de Jesus Cristo o signo da Virgem está representa pelo pão e o signo dos Peixes por estes animais com os quais alimentou a multidão.

Ele revelou aos Seus apóstolos o mistério da redenção e da sabedoria por meio do cumprimento da Lei. No ensino esotérico aprendemos os valores espirituais dos nossos trabalhos na Terra, quando, conforme a Lei Divina, procuramos o despertar e o domínio espiritual.

O valor imortal de cada acto reside na capacidade para o executar. Aprendemos fazendo, trabalhando. A nossa capacidade ou aptidão levamo-la connosco quando abandonamos o nosso corpo, e acompanha-nos em cada nova vida como uma habilidade inata.

Moisés foi o grande dador da Lei, pois deu forma, nos dez Mandamentos, a uma revelação da Lei Divina. Estas leis devem, com o tempo, tornar-se condições de vida para a Humanidade, quer a tenham ouvido alguma vez quer não.

Os Guardiães da Lei, ainda que invisíveis, estão à nossa volta. Estes Guardiães são grandes Poderes espirituais, e é inevitável que nos sujeitemos um dia a estes seres. Eles permitem-nos toda a classe de rodeios e vacilações, pois o tempo, tal como o concebemos, é um curto momento. Cada um a seu tempo há-de conhecer a Lei, obedecer-lhe e a aceitá-la como condição ou norma de vida.

O primeiro grande Mandamento é:

 

Amarás a teu Deus

 

A este respondemos com a afirmação: «Eu amarei a Deus». Mas na vida esotérica devemos conhecer os três factores da Lei, de tal modo que, mente, coração e acção, estejam em completo acordo. Toda a Filosofia Rosacruz é uma revelação de Deus em manifestação. Deus é conhecido pelos Seus atributos, e sabemos que Deus é Amor.

E que é Amor? No Serviço do nosso Templo instrue-se-nos em quinze qualidades do amor, que devem reter-se na memória, meditar sobre elas, e manifestá-las como um caminho para lograr o amor de Deus.

E quem sou eu? O conhecer-se a si mesmo é uma das mais importantes fases deste ensino, revelada por meio das Leis de Involução, Evolução e Epigenésia. Estamos convencidos da nossa essência divina e como espíritos, unos em natureza com o nosso Criador. Mediante o amor, vemos a Deus. Amarei a Deus, pois Deus é Amor.

 

Não terás ídolos

 

A este Mandamento respondemos: «Eu não terei ídolos». Poucos de nós confessariam ter ídolos, mas se buscamos fora da nossa imperfeita natureza, por meio da análise das casas dos nossos horóscopos, encontraremos um ídolo representado pelo lugar de Vénus.

Nas formas religiosas muito primitivas foram criados os ídolos para personificar os atributos da Deidade. Os povos selvagens, por terem pouca ou nenhuma compreensão dos poderes abstractos, ou de um Deus invisível, julgaram cómodo fazê-lo visível por meio da representação de um ídolo. Isto foi somente um passo para a adoração do ídolo, e a superstição eclesiástica considerou-o proveitoso para animar a crença de que o deus estava presente no ídolo.

Esotericamente considerado, tudo o que ocupa o lugar de Deus, em nossas mentes ou em nossos corações, é um ídolo.

Todavia, temos ainda ídolos. Os seus nomes são: Eu, Dinheiro, Egoísmo, Família, Prazer, Tabaco, Bebidas alcoólicas, Sexo, Fanatismo religioso, Posição social, Popularidade, e também as nossas Dores, Penas e Sofrimentos. Pensai nas pessoas que conheceis, e vereis como permitem aos factores antes mencionados ocupar os seus pensamentos, até chegar à obsessão. Pensai no poder que atribuem a estes dois ídolos. Quase todos têm o seu ídolo especial, o qual exige a mais importante consideração na sua vida e quase todos confraternizam com ele.

Cada um de nós deve descobrir o seu próprio ídolo, e derrubá-lo, para que o Amor Divino, por meio do Príncipe da Paz, possa ser entronizado no altar do nosso coração.

 

Não blasfemarás

 

«Não quero blasfemar». A blasfémia define-se com o uso do Sagrado Nome irreverentemente, ou na invocação de um juramento. Nos tempos do Antigo Testamento castigava-se o ofensor até o matar.

Nos tempos presentes ouvimos frequentemente as pessoas usarem de um modo leviano o nome de Deus, frequentemente com uma interjeição. Estranhamos que não caia sobre o pecador uma reacção, mas Deus é Amor. A sua Lei é perfeita.

As reacções esotéricas da blasfémia descobrem-se prontamente no efeito que produzem sobre a mente e as emoções. Estando o Sagrado Nome relacionado com a ideia do Criador, cada vez que se usa irreverentemente produz-se um conflito de vibrações nos veículos mais elevados. O efeito que produz a repetição da ofensa é o de aumentar a separação entre o homem pessoal e o espiritual.

A execração tem uma reacção mais poderosamente destruidora, sobre os veículos elevados. Fortalece a natureza mais baixa do desejo e invoca a ajuda de maléficas entidades para obrar no cumprimento da maldição. Em obediência à Lei a maldição recai sobre o seu autor com toda a sua fúria.

 

Guardarás o Descanso do «Sabbath»
(o Sábado dos judeus e o Domingo dos cristãos)

 

A palavra «shabbath», como derivada da hebreia «Shabbath» significa – descansar –. Não tem nenhuma relação com a palavra «shebha», que significa – sete. Mas a palavra «shabbath» parece relacionada com a raiz assíria «sabattu». Esta palavra indicava o sistema assírio que definia os dias de descanso regulares e as festividades religiosas na época de Asurbanípal. Começando na lua cheia de cada mês, os dias festivos ocorriam aproximadamente nas quadraturas e na lua nova, e mais tarde foram fixadas nos dias sete, catorze, vinte e um e vinte oito de cada mês. Nisto veio a parar a verdadeira relação lunar.

Os hebreus estabeleceram um Sabbath na lua nova, além do sétimo dia consagrado ao descanso pelo Senhor desde a criação do mundo. Outras festividades e dias de jejum eram chamados também sabbaths. Em cada sete anos havia um ano sabático, ou ano de absolvição. Todas as dividas existentes nesta data eram canceladas, e proporcionavam-se outros motivos de regozijo.

«O dia de repouso foi feito para o homem»1. Os cristãos primitivos adquiriram o costume de se reunirem no primeiro dia da semana em memória da ressurreição do Senhor, e chamaram a este dia o Dia do Senhor.

Durante algum tempo dedicaram-se dois dias à observância religiosa, o sétimo dia da semana em memória do sétimo dia da criação, e o primeiro dia da semana em memória da ressurreição. Quando o Cristianismo se diferenciou mais do Judaísmo, o primeiro dia da semana veio a ser o principal dia de descanso, o Domingo, ou Dia do Senhor.

Esotericamente é clara a necessidade que temos de alguns dias para nos distrairmos das ocupações objectivas e mundanas, a fim de que possamos dedicarmo-nos em silêncio à adoração de Deus, à meditação, à comunhão e à oração. Os estudantes devotos da Filosofia Rosacruz cumprem este dever espiritual pela manhã ao despertar, ao meio dia na oração de cura e à noite ao retirar para descansar, além do Serviço no Templo, no Dia do Senhor. «Eu guardarei o dia do repouso».

 

Honrarás a Teu Pai e a tua Mãe

 

Este mandamento refere-se por completo à lei espiritual da geração. O guardá-la assegura-nos as melhores relações paternais nesta vida e nas futuras. A desobediência a esta Lei ocasiona muitas penas e sofrimentos na vida familiar. Aqueles desgraçados meninos que nasceram e foram abandonados ao cuidado de pessoas estranhas, sem conhecerem nunca o amor de seus pais, são as almas encarnadas daqueles que no passado profanaram todo o laço de parentesco.

Por meio da solidão e com um desejo veemente, encontrarão o meio de chegar à observância desta grande Lei espiritual, e esperamos que o conhecimento da Lei do Renascimento e da de Causa e Efeito possam ajudar muitos a compreenderem esta Filosofia. A pena dirige-se àqueles que cometem a falta «Eu honrarei meu pai e minha mãe».

 

Não Matarás

 

Este mandamento de Deus vem ressoando através dos séculos, sendo continuamente desobedecido desde que o Homem começou a combater com o seu vizinho. E matamos não somente tirando a vida ao corpo, mas de muitas outras maneiras, em loucura de homens caídos. Nós, os que temos a Luz, devemos aprender a não matar o Amor, pois se o fazemos ofenderemos o nosso Cristo.

Não devemos destruir nenhum bem, quer exista em nós próprios ou nos outros. O impulso de matar subsiste em nós, de muitas formas subtis, e por esta razão devemos vigiar e orar. Muitos meninos começam a mostrar os seus instintos assassinos na destruição imperdoável de flores e pequenos animais, assim como em seus jogos bélicos. «Eu não matarei».

 

Não Cometerás Adultério

 

Sempre, desde a «queda do Homem», os profetas e os videntes têm praticado o Mandamento da pureza geradora. Todavia, na época em que vivemos, ainda o vício social minando a saúde da Humanidade e o progresso da raça para a vitória. Na Astrologia Cósmica ensinam-se os mistérios da geração como não é possível com qualquer outra ciência. Os Querubins, os guardiães dos «Caminhos da Vida», simbolizadas por Câncer; a Lua e o angélico Ministro presidindo à fecundação, como os agentes da vida; Capricórnio, relacionado com os Arcanjos, regendo a evolução da raça, a qual compreende os prováveis «dezasseis caminhos de destruição», Saturno, o planeta da morte e do Caos, simbolizado pelo Tempo com a gadanha e o relógio de areia, guardando os portais da morte; Escorpião relacionado com os Senhores da Forma, os quais estão encarregados da evolução humana desde os tempos da «queda do homem» e persistindo até à redenção pela pureza geradora.

 

Não Roubarás

 

Tudo o que nós temos é nosso, sob as grandes Leis de Causa e Efeito e do Renascimento. Se adquirimos algo por meio de roubo, perdemos por esse facto tudo o que nos parece ter ganho; se nos conformamos com os princípios da Divina Harmonia e do trabalho honrado para atender as nossas necessidades, nunca passaremos escassez. Há outras classes de roubo diferentes das materiais. Pode ser roubada a honra, um bom nome, a independência mental, e até o domínio dos veículos corporais, como sucede tantas vezes com os médiuns, ou por acção da magia negra, e nestes casos a penalidade será terrível. «Eu não quero roubar».

 

Não Mentirás

 

Max Heindel revelou muito acerca das causas e dos efeitos das mentiras em «O Véu do Destino – O Efeito Oculto das Nossas Emoções». A mentira tem a sua causa no desejo natural, geralmente egoísta e ignorante, pelo qual estamos sempre dispostos a afirmar as coisas que desejamos que sejam certas, prescindindo da verdade do assunto. Orando pela verdade, anelando a verdade, consagrando-nos à Verdade, estabeleceremos com o tempo o ritmo no corpo de desejos e na mente, dando como o resultado o discernimento da verdade mediante o qual nos emanciparemos do próprio engano e dos nossos falsos testemunhos. «Eu não quero mentir».

 

Não Cobiçarás os Bens Alheios

 

A avareza é a obsessão de cobiçar os bens alheios. Eu quero alcançar o que quero ter, são os ritmos em que se movem os que cobiçam. Actuando nos pais este poder do desejo, amiúde engendra nos filhos a tendência para o roubo. Conhecemos exemplos de tais casos.

O desejo de possuir, sem a compreensão e a conformidade com a Lei Divina, não traz à alma senão maus frutos. «Eu não cobiçarei os bens alheios».

 

O Cumprimento da Lei

 

Cristo Jesus disse: «Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros», pois o amor é o cumprimento da Lei.

Ama a Deus, e a teu próximo como a ti mesmo. Nisto está o cumprimento da Lei e dos profetas.

 

L. de A.

 

 

O homem é o autor do seu próprio destino. Eleva-se, ou cai, conforme as suas obras.

 

1 Mr., I2, 27.

- Fonte: Revista "Rosacruz", Fraternidade Rosacruz de Portugal


Revista ROSACRUZ

É o órgão oficial da Fraternidade Rosacruz de Portugal. Através das suas secções (Editorial, Filosofia, Astrologia, Saúde e Nutrição, Educação Infantil, Estudos Bíblicos, etc.) atende aos anseios intelectuais e ao sentimento religioso e desperta o entendimento dos mais profundos mistérios da origem e evolução do Homem.

Conheça o trabalho da Fraternidade Rosacruz no Ocidente. Assine e ofereça assinatura da Revista ROSACRUZ.

Redacção:

Rua de Manuel Múrias, 12 - 5º Esq
1500-419 Lisboa - Portugal


 

HOME

LITERATURA RC

BIBLIOTECA RC

 [Home][Fundamentos][Atividades] [Literatura][Informações]

 Fraternidade Rosacruz - Centro Autorizado do Rio de Janeiro

Rua Enes de Souza, 19 Tijuca,  Rio de Janeiro, R.J. Brasil

20521-210 Tel/Fax 22387179

Filiado a The Rosicrucian Fellowship

Mt. Ecclesia, Oceanside , CA, USA

rosacruzmhrio@hotmail.com