ESPIRITUALISMO-ARTE

 

 A  Mensagem da Arte

 

A Reconciliação dos Montecchios e Capuletos Diante da Morte de Romeu e Julieta, por Frederic Leighton, 1855.

 

Toda obra de arte verdadeira encerra um simbolismo de profundo significado e progresso para a vida espiritual do homem.

Os artistas criadores são também canais do Supremo Artista  -  DEUS  -  e também artistas foram todos os profetas e seres superiores que tiveram, e têm,  influência no aperfeiçoamento espiritual da humanidade. Partindo destes princípios, podemos constatar a relação íntima da Arte com a Religião. Recorrendo à História, vemos que os períodos de maior florescimento artístico coincidem com os períodos áureos da Religião; como, também, ainda hoje, podemos comprovar que, no país em que as artes florescem, também prospera o aspecto material desse povo. Parece, portanto, que a Arte proporciona aos homens um modo superior de ver a vida e resolver melhor seu lado material.

Sem dúvida, a influência da Arte é um fator potente e sutil para despertar o que de superior está oculto no indivíduo, tendo como consequência lógica a prosperidade verdadeira e não a prosperidade mesquinha de um indivíduo ou grupo de indivíduos ou nação. É real o progresso pela simples razão que, quanto mais cultivamos e assimilamos a Arte, mais  nos identificamos com os princípios de verdade subjacentes nas autênticas manifestações artísticas. Por outro lado, sempre que a vida de uma pessoa é nobre e elevada, invariavelmente, requer satisfação artística, seja através da Literatura, Poesia, Escultura, Música, Religião, Filosofia, etc.  -  porque sendo o homem emanente do princípio divino é, por natureza, como espírito, fundamentalmente criador.

Até certo ponto, podemos medir o crescimento dos Egos pela forma como respondem aos ideais artísticos, ou seja, a reação de seu comportamento e capacidade em face às modalidades estéticas, à beleza das coisas.

 

Quanto ao espiritualista, sua posição em relação às manifestações artísticas assume um caráter mais objetivo e consciente.

O espiritualista procura criar um estado de consciência diferente da humanidade comum, superando-se dia a dia, vivendo a verdade, buscando o máximo de experiência. Ademais, sendo a influência da Arte um fator decisivo na formação do caráter, quando entrosada com a Religião, com a Filosofia ou com a Ciência, ela constitui um poderoso meio no adiantamento do ser humano nas diversas etapas da evolução.

Como elemento de libertação, a Arte deve ser para o espiritualista objeto de interesse constante. Basta considerar o conhecimento e a experiência que, mediante a Arte, podemos adiantar no desenvolvimento espiritual, tornando nossa aprendizagem na Terra mais consciente e menos lenta.

 

 William Shakespeare (1564-1616).

 

Sem intenção de nos aprofundarmos, é suficiente analisar um aspecto artístico conhecido por todos: a dramaturgia. Quantos ensinamentos podemos extrair dos personagens de um drama, aprendendo com seus sofrimentos e fortificando-nos com suas alegrias! Por que “Romeu e Julieta”, escrita nos primórdios da carreira literária de William Shakespeare (entre 1591 e 1595), é um drama que sempre inspira profundo interesse à humanidade? Porque, até certo ponto, todos somos Romeus e Julietas e, nesta ou em outras vidas, passaremos por experiências semelhantes, se já não as temos passado. Compreendendo as debilidades de Romeu, aprendemos a evitar muitas fraquezas quando, na vida, chega o momento de desempenhar seu papel. Assim, convenientemente prevenidos, há muitas probabilidades de evitar calamitosas experiências e, graças ao exemplo alheio, usufruir seu benefício, evitando o erro e, consequentemente, o sofrimento.

Outros personagens extraordinários e tipos humanos representativos iremos encontrar em “Hamlet” e “Otelo”. Hamlet, vendo perfeitamente o que deveria fazer, mas deixando de fazê-lo por não ter valor. Otelo, um ser de muitos predicados, caindo de modo inglório nas perversas intrigas da tentação, por deixar-se levar por palavras desonestas e não saber limpar seu mundo mental.

Um espírito inteligente, desejoso de aprender com o exemplo do próximo, poderá tirar desses personagens conclusões de imediata aplicação em sua vida, superando obstáculos que, se o tomassem desprevenido, possivelmente o fizessem perder o equilíbrio de um caminhar espiritualmente positivo.

 

 

Cultivando, compreendendo e assimilando a Arte, como nos casos exemplificados, desenvolve-se a capacidade de observar melhor a humanidade, porque o talento do dramaturgo consiste, justamente, em criar tipos representativos de grupos humanos e ressaltar suas tendências. Portanto, o drama clássico constitui um meio por excelência de purificação, pois, além de aumentar nossa compreensão da vida, antecipa-nos experiências que podem produzir em nós pronunciado benefício.

Quando o herói manifesta seus melhores sentimentos e suas mais elevadas qualidades, o espectador sente vibrar o que de melhor há em seu interior. Nos defeitos e vícios representados nos maus, sente seus próprios vícios e defeitos, procurando ele mesmo (espectador ou leitor) o remédio para sua enfermidade moral.

Assim, vemos como podemos extrair proveito das obras de Arte, proveito que, de outro modo, somente conseguiríamos através de grande esforço e trabalho mental. No entanto, graças ao trabalho artístico de um Shakespeare e de muitos outros criadores de tipos  genuinamente humanos, nos quais podemos ver-nos, apressando através deles nosso aperfeiçoamento, dia a dia estamos mais em condições de estreitar os laços de Fraternidade, por meio da Arte, com todos os humanos.

 

 

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