The Rosicrucian Fellowship
Serviço do Equinócio do Outono
por Max Heindel


MÚSICA


Terceira Estrofe do Hino Rosacruz de Abertura cantada por todos os presentes.

Cumpramos todos o nosso dever
Do nobre e reto proceder
Sem ódio por amor agir
E nunca ao nosso dever fugir
Sabendo por amor obrar

E repetindo-o sem cessar
O medo e o pecado assim,
Iremos dominar enfim.



RITUAL


O leitor descobre o emblema e profere a Saudação Rosacruz:
Queridas Irmãs e Irmãos
- "Que As Rosas Floresçam Em Vossa Cruz".

Todos respondem: "E na vossa também".

"DEUS É LUZ"

Todas as vezes que concentramos nossos pensamentos nessas três palavras, banhamo-nos numa fonte espiritual de profundidade infinita; mergulhamos mais profundamente na divindade e ficamos mais próximos do nosso Pai que está nos céus.

Para ficarmos em maior intimidade com este assunto, agora que a luz de Cristo começa a penetrar na Terra, vamos retroceder no tempo, para atingirmos nossa origem e verificarmos a direção da nossa futura linha de progresso.

A primeira vez que nossa consciência foi dirigida para a luz, foi imediatamente depois de obtermos a mente e entrarmos definitivamente na nossa evolução como seres humanos, na Atlântida, a terra da névoa, no fundo das depressões da Terra, onde a névoa quente produzida pelo resfriamento da Terra caía como um denso nevoeiro sobre a sua superfície.

Nessa ocasião não seria possível ver as alturas estreladas do universo, nem poderia a luz prateada da Lua penetrar na atmosfera densa, enevoada, que recobria aquela antiga Terra. Mesmo o ígneo esplendor do Sol estava quase totalmente extinto, pois quando observamos a Memória da Natureza pertencente àquele tempo, verificamos que a atmosfera da Terra era opaca, tendo uma aura de várias cores, muito semelhante à que podemos observar em torno de um foco luminoso nas ruas quando há neblina.

Mas esta luz tinha um fascínio. Os antigos atlantes foram ensinados pelos Hierarcas Divinos, que viviam entre eles, a aspirar pela luz, e como a luz espiritual estava então amortecida, os atlantes aspiravam ardentemente pela nova luz, pois temiam a escuridão da qual se tornaram conscientes quando adquiriram a mente.

Chegou então a inevitável inundação que conhecemos como Dilúvio, quando a névoa se esfriou e condensou. A atmosfera tornou-se clara e límpida e o "povo escolhido" foi salvo. Aqueles que trabalharam dentro de si mesmos e aprenderam a construir os órgaos necessários, requeridos para respirar numa atmosfera como a que possuímos hoje, sobreviveram e vieram para a luz.

Esta escolha não foi arbitrária: o trabalho do passado consistiu na construção do corpo. Aqueles que apenas possuíam brânquias, semelhantes às que o feto humano ainda utiliza no seu desenvolvimento pré-natal, não estavam fisiologicamente adaptados para entrar na nova era, como o feto não poderia viver, depois de nascido, se não construísse os pulmões; morreria, como morreu aquele antigo povo quando a atmosfera atual, mais rarefeita, tornou as brânquias inúteis como aparelho respiratório.

Desde o dia em que emigrámos da antiga Atlântida, o nosso corpo está praticamente completo; mas desde aquele tempo e a partir de agora aqueles que quiserem acompanhar a luz deverão lutar pelo crescimento da alma. Os corpos que nós cristalizamos deverão ser dissolvidos, e a quintessência da experiência obtida por intermédio desse corpo deve ser amalgamada, como "alma", com o espírito, para nutri-lo e elevá-lo da impotência à omnipotência. Por isso o Tabernáculo do Deserto foi dado aos Antigos e a luz de Deus desceu sobre o Altar dos Sacrifícios. Isto é de grande significaçao: o Ego desceu ao seu tabernáculo, o corpo físico. Todos conhecemos a tendência do instinto primitivo para o egoísmo e se já estudámos a ética superior, aprendemos quão subversiva do bem é a indulgência para a tendência egoísta: por isso, Deus colocou imediatamente diante da humanidade a luz divina sobre o Altar do Sacrifício.

Sobre esse Altar os homens foram forçados, pela dura necessidade, a oferecer suas posses mais queridas em troca de cada contravenção cometida, parecendo-lhes Deus um duro Senhor em cuja ira era perigoso incorrer.

Mas a luz ainda os atraía. Verificaram então que era inútil tentar escapar das mãos de Deus.

Esses homens jamais ouviram as palavras de João: "Deus é Luz", mas já haviam aprendido dos céus, em certa medida, o significado do infinito, medido pelo reino da luz, pois ouvimos Davi exclamar: "Para onde poderei fugir do Teu Espírito? Ou para onde poderei voar de Tua presença?... Se eu tomar as asas da aurora e for habitar nas extremidades do mar, ainda lá me guiará a Tua mão e Tua mão direita me amparará... porque as trevas não me escondem de Ti, mas a noite é clara como o dia pois a escuridão e a luz são a mesma coisa para Ti."(Salmo 139: 7-12)

O passo seguinte no trabalho de Deus para conosco consistiu em tornar permanente esta condição de estar na Luz que culminou com o nascimento de Cristo que, como a presença corporal do Pai, encarnava em si mesmo aquela Luz, pois a Luz veio ao mundo para aqueles que cressem em Cristo não perecessem, mas tivessem vida eterna. Ele disse: "Eu sou a Luz do Mundo". O Altar no Tabernáculo ilustrou o princípio do sacrifício como meio da regeneração, e por isso disse Cristo aos Seus discípulos: "Ninguém tem maior amor do que este: o de dar sua vida por seus amigos. Vós sois meus amigos". A partir daí Ele começou um sacrifício, sacrifício esse, que não se consumou nas poucas horas de sofrimento físico sobre uma cruz material, mas que é tão perpétuo como o foram os sacrifícios feitos sobre o Altar no Tabernáculo do Deserto, já que isso implica uma descida anual à Terra e o sofrimento de tudo o que as cristalizantes condições da Terra podem significar para tão grande Espírito.

Esta situação continuará até que um número suficiente de homens tenha evoluído e possa conduzir a carga desta massa de escuridão que chamamos de Terra, e que pende, como uma mó, do pescoço da humanidade, constituindo um empecilho para o posterior crescimento espiritual. Tal é a tarefa com que nos defrontamos.

Estamos agora na passagem equinocial em que o Sol deixa o hemisfério Norte, depois de prover todas as necessidades de vida, para o próximo ano; e a onda espiritual que conduz em sua crista a vida que encontrará expressão física no ano que se inicia, está-se agora aproximando da nossa Terra. O meio ano que temos pela frente é a parte santa do ano. Desde a festa da Imaculada Conceiçao até ao Nascimento Místico do Natal (enquanto a onda de vida penetra em nossa Terra), desde o Natal até ao tempo da Páscoa (enquanto a onda de vida está saindo da nossa Terra), uma canção harmoniosa, rítmica, vibrante, tão bem descrita na lenda do nascimento místico como "hosana", cantada por um coro de Anjos, enche a atmosfera planetária e age sobre todos como um impulso para a aspiraçao espiritual.

Conhecemos a analogia entre o homem - que penetra nos seus veículos durante o dia, neles vive e por seu intermédio trabalha, e que à noite é um espírito livre, livre dos grilhões do corpo denso - e o Espírito de Cristo que habita nossa Terra durante parte do ano. Todos sabemos que cadeia, que prisão representa este corpo denso, como somos torturados pelas doenças e pelos sofrimentos, pois não há qualquer de nós que esteja sempre com perfeita saúde de modo que jamais sinta o látego da dor; pelo menos ninguém que esteja no caminho superior.

O mesmo acontece com o Cristo Cósmico, que dirige Sua atenção para a nossa pequena Terra, focalizando Sua consciência neste planeta a fim de que possamos viver.

Ele tem que vivificar esta massa morta (que nós cristalizamos do Sol) anualmente, e isto constitui um grilhão, um empecilho, uma prisão para Ele; por isso os nossos corações deveriam ficar voltados para Ele, neste tempo, em gratidão pelo sacrifício que Ele faz por nossa causa durante os meses em que a natureza está morta, compenetrando este planeta com Sua vida para despertá-lo do seu sono, no qual permaneceria se Ele nascesse no seu interior para vivificá-lo.

Sem esta infusão anual de vida e energia divina, todas as coisas vivas sobre a nossa Terra pereceriam imediatamente e todo o progresso ordenado seria frustrado, pelo menos no que diz respeito à nossa linha actual de desenvolvimento. É a "queda" (ou descida) do Raio Espiritual do Sol nestes três meses que dá origem às actividades mentais e espirituais nos três meses seguintes.

A mesma força germinadora que ativa a semente na terra e a prepara para produzir sua espécie em múltiplo, agita também a mente humana e promove as atividades altruístas que fazem o mundo melhor.

Assim é que as poderosas vibrações espirituais da onda Crística doadora de vida estão na atmosfera terrestre durante os meses que temos pela frente e podem ser por nós usadas com muito maior proveito se soubermos disso e se redobrarmos nossos esforços, o que não faríamos se desconhecêssemos esse fato. O Cristo ainda está gemendo e sofrendo as "dores do parto", esperando pelo dia da libertação, pela "manifestação dos Filhos de Deus"; e apressamos verdadeiramente esse dia, cada vez que alimentamos nossos veículos superiores, isto é, cada vez que participamos da ceia simbolizada pelo pão e vinho místicos. Todas as vezes que nos damos a nós mesmos no serviço aos outros, aumentamos nosso corpo-alma que é constituído pelos éteres superiores. Atualmente é o éter Crístico que mantém a Terra flutuando no espaço, porém, lembremo-nos que se quisermos apressar o dia de sua libertação, devemos desenvolver em número suficiente nossos próprios corpos-alma até ao ponto em que possamos manter a Terra flutuando. Dessa forma poderemos tomar conta da carga de Cristo e libertá-Lo das limitações da existência física.

Tanto no Hemisfério Norte como no Hemisfério Sul, ainda que as estações sejam opostas, os influxos quer físicos quer espirituais, decorrentes da distâncial focal da Terra ao Sol, são idênticos.

Oxalá possamos aproveitar as vibrações espirituais com as quais seremos banhados durante os próximos meses, de modo que, na mesma data do próximo ano, nos encontremos mais próximos do Dia da Libertação.

Concentremo-nos agora sobre Amor Divino e Serviço

CONCENTRAÇAO (10 minutos)

MÚSICA

Hino Rosacruz de Encerramento

O leitor cobre o emblema e profere a seguinte exortação de despedida:

"E agora, queridas Irmãs e Irmãos, que vamos partir de volta ao mundo material, levemos a firme resolução de expressar, em nossas vidas diárias, os elevados ideais de espiritualidades que aqui recebemos, para que, dia a dia, nos tornemos melhores homens e mulheres, e mais dignos de sermos utilizados como colaboradores conscientes, na obra benfeitora dos Irmãos Maiores, em Serviço da Humanidade".


 

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