CARTA Nº 63

Fevereiro de 1916

MESTRES ESPIRITUAIS VERDADEIROS E FALSOS

 

Um dos mais difíceis problemas que um guia de um movimento espiritual tem de enfrentar, é a impaciência dos estudantes que querem colher o que não semearam. Há estudantes que não têm a necessária paciência para aguardar a colheita, querem resultados imediatos e, se não conseguem possuir asas num determinado tempo fixado por eles próprios, estão dispostos a proclamar a "fraude" e procuram um "mestre individual" visível ou invisível. Como este garante-lhes ótimos resultados, estão dispostos a atirar pela janela o bom senso e segui-lo cegamente, ainda que os possa conduzir a um manicômio, a uma depressão ou, no caso dos que conseguem escapar desses males, a serem desfalcados de grande parte de suas economias.

Este assunto já foi debatido com os estudantes em cartas anteriores, mas como há sempre alguns que o esquecem e como aumenta sempre o número de estudantes novos, é necessário que certos pontos de importância sejam reiterados. Como soube recentemente que um estudante, que trocou um certo centro por um "mestre individual" e é muito invejado por outros do mesmo grupo que não se sentem tão afortunados (?), parece-me oportuno tratar novamente deste assunto.

Já viram alguma vez alguma instituição de ensino, desde o jardim da infância até a universidade, que tenha um professor para cada estudante? Nós não. Nenhum conselho de educação sancionaria tal desperdício de energia, nem contrataria um professor para um único aluno, só porque este fosse impaciente e quisesse passar pela escola "rapidamente". Mesmo que fosse permitido a um professor "abarrotar" conhecimentos no cérebro de um aluno, tal método poderia acarretar-lhe um grande perigo, como febre cerebral, loucura e até mesmo a morte.

Se isto é verdade para as escolas da ciência física, como pode alguém acreditar que há diferença no que diz respeito às escolas da ciência espiritual? Cristo disse a Seus discípulos: "Se Eu que vos falei de coisas terrenas, não acreditastes nelas, como acreditaríeis se Eu vos tivesse falado de coisas celestiais?" Nenhum "mestre individual", se o há, pode iniciar alguém nos mistérios da alma sem que o aluno se tenha preparado pelo seu próprio esforço. Quem disser que o faz, define-se como um impostor. E quem assim se deixar ludibriar, mostra não ter bom senso, de outra forma compreenderia que nenhum mestre altamente desenvolvido pode desperdiçar o seu tempo e energia com a instrução de um só aluno, quando pode fazê-lo com muitos.

Tente imaginar os doze Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, cada um atendendo a um só aluno! Esse pensamento é um sacrilégio. Tais homens, tão altamente evoluídos, têm tarefas mais importantes a atender, e nem mesmo um irmão leigo que tenha sido iniciado por eles tem permissão de perturbá-los com coisas de menor importância.

Portanto, deve ser esclarecido, enfaticamente, que os Irmãos Maiores não costumam visitar quem quer que seja da Fraternidade Rosacruz ou fora dela, como "um mestre individual". Quem assim o julgar, está enganado. Eles transmitiram determinados ensinamentos que formam as bases desta escola. Aprendendo a viver esta ciência da alma, com o tempo, elevar-nos-emos até encontrá-los, face a face, na escola dos Auxiliares Invisíveis. Não há outro caminho.

Confio que isto seja fixado na mente de cada estudante para que obtenham uma idéia exata sobre o que relatamos acima, ficando aptos para orientar os que se encontram em perigo de serem ludibriados e conduzidos por falsos caminhos.

 

 

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