CARTA Nº 52

Março de 1915

CONCENTRAÇÃO NO TRABALHO ROSACRUZ

 

Meditando sobre a utilidade da Fraternidade Rosacruz, surgiu-me a pergunta: "Qual o obstáculo mais comum que impede o nosso progresso no trabalho espiritual?" E a resposta foi: "A falta de concentração".

Todos temos uma família que depende de nós e que tem direito a uma parte da nossa atenção. Nosso trabalho no mundo não deve ser negligenciado sob qualquer aspecto. Estamos aqui para executar certas tarefas e aprender por meio delas. Depois de atender a esses deveres, vejamos se ainda nos sobra algum tempo para aplicá-lo, justa e apropriadamente, no nosso próprio desenvolvimento. É tão importante usar acertadamente esse tempo, como o é cumprir os nossos deveres terrenos com a nossa família e com nossas obrigações sociais.

Na vida cotidiana, não tentamos ser médicos hoje, trabalhar amanhã numa indústria e no dia seguinte começar uma nova atividade. Sabemos que tal procedimento não nos levaria a lugar nenhum. Tampouco vamos viver hoje numa família como marido ou mulher, para assumir amanhã idênticos relacionamentos num lar diferente. Também não mudamos nosso círculo social tão freqüentemente como mudamos de roupa ou de sapatos. Se assim procedêssemos, nossas condições sociais e profissionais ficariam comprometidas e prejudicadas.

Devemos seguir uma linha de trabalho no mundo; cuidar de uma só família; concentrar os esforços nesses departamentos da nossa vida com exclusão de todos os outros. Por que não aplicar o mesmo bom senso em nossos esforços espirituais? Normalmente, esforçamo-nos nos nossos negócios, desenvolvemos os planos traçados, trabalhamos intensamente para alcançar o êxito. Da mesma forma, estudamos e planejamos as necessidades da nossa família. Sabemos que o progresso social e profissional dependem da soma de concentração, planejamento e perseverança que tivermos. Então, se nos mostramos tão sábios e prudentes no que diz respeito às coisas do mundo, que duram apenas os poucos anos da nossa vida terrena, por que não nos empenhamos em usar o mesmo bom senso e não o aplicamos de corpo e alma às coisas espirituais que são eternas?

Na Época Atlante, quando os Semitas originais foram escolhidos entre os seus irmãos, muitos deles consideraram isso uma grande provação. Eles, os "Filhos de Deus", casaram-se com "as filhas dos homens", e a conseqüência disso pode ser estudada no livro "Conceito Rosacruz do Cosmos".

Atualmente, estamos noutra grande bifurcação de caminhos. Uma "Igreja" ou comunidade de homens foi designada como precursora da próxima grande raça. Muitos caminhos conduzem a Roma e ao Reino de Cristo, mas se esbanjamos o nosso tempo andando hoje numa direção para amanhã escolher um caminho diferente, o nosso fracasso é certo. Por conseguinte, peço a todos os estudantes que simpatizam com os ensinamentos da Fraternidade Rosacruz, que abandonem todas as demais sociedades religiosas e se consagrem, com todo o coração, mente e espírito, a viver e difundir esses conhecimentos.

Para as nossas atividades terrenas necessitamos de trabalhadores experientes, hábeis e dedicados. No Reino Celestial, a lealdade e a devoção são também fatores primordiais.

Recordemos e concentremo-nos nos três primeiros versículos do primeiro Salmo, pois certamente queremos obter a maior colheita possível pelos nossos esforços espirituais e também pelos materiais.

 

 

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