Mês Solar de Áries
(
Do livro “Interpretação da Bíblia para a Nova Era” de Corinne Heline )
Como Áries é o primeiro signo de Zodíaco,
ele é o local de novos começos. Nos ciclos anuais das passagens do Sol pelos
doze signos, ele anuncia o início do ano espiritual. Ele tem sido assim visto
mesmo nas nações em que o ano civil se inicia em outros signos do Zodíaco.
Moisés indicou o mês de Abib (março-abril) como o começo do ano (Ex 13:4), por
ser o mês da germinação do trigo e do milho. Uma ordem também foi dada a Moisés
de que a imolação do cordeiro pascal deveria ocorrer quando a Lua Nova
estivesse em Áries. No tempo da Páscoa original, o Sol achava-se próximo da
estrela El Natik, que significava perfurado, ferido, imolado. A Lua Cheia
estava então próxima à estrela Al Sheraton, que também significa machucado ou
ferido. Como a Páscoa antecedeu a crucificação de Jesus Cristo, então os Céus
proclamam a vinda de grandes acontecimentos para o destino da humanidade.
As palavras chave para Áries são pureza e
sacrifício, e o símbolo de Áries é um cordeiro ou carneiro. Uma vez que foi sob
a égide de Áries que o Senhor Cristo veio à Terra, ele é conhecido como o Bom
Pastor. Uma representação pictórica bem conhecida mostra o Senhor carregando um
cordeiro nos braços.
Durante os primeiros anos da era Cristã,
como tem sido dito, o símbolo mais usado não foi o do Cristo crucificado, mas a
cruz com um cordeiro repousando em sua base. Não foi senão pelo quarto século
de nossa era que o cordeiro foi substituído por uma figura humana pregada na
cruz.
Há duas cartas do Tarô que representam
Áries, uma é a do Bufão e outra a do Alto Sacerdote. O primeiro representa um
jovem com uma sacola sobre os ombros e uma rosa aberta na mão. Ele caminha para
frente, destemido e ousado, para enfrentar os desafios da vida. É chamado de bufão
porque ainda não iniciou sua busca e ninguém verdadeiramente compreende a vida
enquanto não entrar no Caminho da Santidade. A outra carta mostra um Alto
Sacerdote sentado em um trono, com um halo de luz dourada sobre a sua cabeça.
Com ele, estão duas das mais sagradas relíquias, o santo cálice e a sagrada
lança. Em sua mão direita, segura o cálice cheio das paixões humanas. Sobre
este, colocou sua mão esquerda, indicando que ele obteve domínio sobre os
elementos de sua natureza inferior. Essa figura retrata com detalhes a mais
elevada expressão de Áries: autocontrole. As palavras do sábio Rei Salomão
carregam a nota chave bíblica dessa conquista: “aquele que demora a se zangar é
melhor que aquele que é poderoso e aquele que governa seu espírito é melhor que
o que toma uma cidade!” Em um estágio mais elevado, o seguinte texto da
Revelação se aplica: “Veja, eu faço novas todas as coisas.”
Richard Wagner, o Iniciado músico,
fundamentou sua magnífica peça espiritual sobre Parsifal, na verdade oculta na
simbologia dessas duas cartas do Tarot. Parsifal, o verdadeiro tolo, entra
casualmente, como assim o foi, nas terras do Castelo do Graal.
Involuntariamente, mata um cisne que flutuava nas águas do lago de cura.
Através de seu sofrimento e contrição pela má ação cometida, sua alma desperta
e ele entra no Caminho da Busca. Ele agora precisa sair pelo mundo para ser
tentado para provar sua força, sua coragem e sua perseverança. Wagner disse que
o tema de Parsifal era para ser enquadrado no tema “ forte é o poder do desejo,
mas mais forte ainda é o poder anímico ganho através da resistência”. No fim,
Parsifal retorna para tornar-se o Alto Sacerdote do Salvat ou Rei dos
Cavaleiros do Graal. Usando o traje branco de Mestre e carregando a lança
sagrada, ele entra no Templo do Graal para curar o ferimento de Amfortas.
Depois disso feito, ele torna-se o instrutor dos Cavaleiros do Graal e o
guardião fiel do Cálice Sagrado.
O que proporciona a transformação do tolo
em Alto Sacerdote? O que transmuta um homem mortal em um que demonstra
divindade? É o despertar do grande princípio do EU SOU dentro de si mesmo. É a
Ressurreição de seu próprio Espírito Crístico. Esse é o tema do antigo cântico
do Templo que ecoa o mais elevado conceito da ressurreição:
Antes
de todos os mundos, Eu fui!
Através
de todos os mundos, Eu sou!
Quando
todos os mundos forem apenas lembranças, Eu serei!
Na época da Páscoa, quando o Sol ascende
do hemisfério sul para o norte, as forças de Cristo passam dos reinos físicos
para os espirituais. O corpo da Terra é como o corpo do homem. É interpenetrado
pelos veículos mais sutis que se estendem para muito além do corpo físico do
planeta.
Repetindo, durante os seis meses do ano
em que o Sol passa pelos seis signos abaixo do Equador e, pelos seis meses
seguintes, quando passa pelos seis signos acima do Equador, a força de Cristo
interpenetra os mais elevados reinos espirituais da Terra. Esses reinos são o
lar da chamada morte, a região onde eles prosseguem com suas atividades normais
por um tempo num ambiente de encantadora beleza e radiância. É aí que os Anjos
e Arcanjos conduzem seus vários ministérios para os habitantes do planeta e sua
descendência.
Quando o Sol entra em Áries, ele aponta
para a Ressurreição gloriosa, iniciando a estação da transmutação do ano. Então
as águas brancas de Peixes se fundem com o fogo vermelho de Áries, uma
combinação que se manifesta na exuberância de flores e canções da primavera. É
também, para o homem, a estação de transmutação, a época mais propícia para ele
arremessar longe a pedra de sua vida passada e aflorar no poder total de uma
consciência ressuscitada. Assim como a natureza troca a melancolia do sono do
inverno pelo resplendor da primavera, e o Cristo transcende a agonia do Gólgota
pela exaltação da alvorada da Ressurreição, do mesmo modo o discípulo que fervorosa e persistentemente acompanhou o
Cristo no íngreme e estreito caminho tem
a sua própria ressurreição nos recém despertados poderes de Cristo dentro de si
mesmo.
Essa é a ocasião em que uma transformação
surpreendente pode ocorrer dentro de seu corpo templo. Uma nova força emana do
líquido branco de seus nervos e se une com uma nova essência nas correntes
vermelhas de seu sangue, uma fusão que produz a luz dourada que infunde e
envolve o corpo de um Iluminado. São João se referia a essa transformação
quando escreveu que algum dia iremos andar na Luz como Ele está na Luz.
Vermelho e branco são as cores de Áries e são também as cores da transmutação
tanto na Natureza como no homem.
MEDITAÇÃO DE MT. ECCLESIA PARA O MÊS SOLAR DE ÁRIES
Março 20 a Abril 21 Regência: Marte
Nesta época do ano uma nova vida, um aumento de energia, surge com força irresistível em todos os seres vivos, que os inspira e neles infunde uma nova vitalidade, impelindo-os a novas atividades, mediante as quais aprendem novas lições na Escola da experiência.
O Espírito Solar, Cristo, permaneceu em nossa Terra desde o Natal, irradiando a todo ser vivo a Sua Luz, Sua Vida e Seu Amor, que são Seus dons para o mundo.
Na Páscoa Ele volta ao Pai para descansar e absorver nova Vida, que nos trará no próximo Natal.
Que usemos Seus dons para desenvolver nossas possibilidades espirituais, construir corações nobres e corpos sadios - como os utilizam as plantas para crescer em belas formas e delicado aroma.
A clave de Áries é : INICIATIVA - VALOR - AÇÃO RETA.
Façamos bom uso desta Força!
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